São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 1997 |
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Alemanha prende 400 neonazistas
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Cerca de 400 neonazistas alemães foram presos no fim-de-semana tentando comemorar os dez anos da morte de Rudolf Hess, que foi o número dois de Adolf Hitler entre 1932 e 1941.As comemorações foram proibidas em diversos Estados. Ontem, a Corte Constitucional Federal referendou a proibição em nível nacional ao rejeitar um pedido de realização de comício na cidade de Wunsiedel (sul do país), onde Hess está enterrado. A operação policial estava montada desde sexta-feira. No sábado, cerca de 200 pessoas já haviam sido detidas -superando os 160 presos no aniversário passado. Aproveitando as leis de liberdade de expressão da vizinha Dinamarca, cerca de 150 neonazistas escandinavos, holandeses e alemães fizeram o único ato não disperso. Foi no sábado, em Koege. No Estado da Turíngia, 94 pessoas foram presas. Elas estavam armadas com facas e bastões de beisebol. Foram apreendidos CDs de bandas de rock neonazistas. "Eles vieram de todas as partes do país. Isso prova que os extremistas de ultradireita queriam um evento central", afirmou o porta-voz da polícia da Turíngia, Dietmar Kaiser. Em Braunschweig, onde anteontem houve confronto entre neonazistas e simpatizantes de esquerda, os extremistas foram detidos com faixas chamando Hess de "mártir da paz". Essa é a tônica do recente culto ao misterioso Hess, figura central do surgimento do nazismo que se enforcou em um fio elétrico de sua cela na prisão de Spandau (Berlim), em 17 de agosto de 1987. Rudolf Hess se juntou a Adolf Hitler no começo dos anos 20. Em 1923, foram presos após tentar dar um golpe para tomar o poder. Na cadeia, formularam boa parte da teoria racista do nazismo -que levou à morte de 6 milhões de judeus em campos de concentração. Em 1932, foi nomeado por Hitler seu adjunto. No ano seguinte, os nazistas chegaram ao poder. Em 1941, quase dois anos após o começo da Segunda Guerra Mundial, Hess pilotou um bimotor Messerschmitt Bf-110 até a Escócia e pulou de pára-quedas. A um fazendeiro, pediu para falar com o premiê Winston Churchill. Quando acabou identificado, Hess foi trazido para Londres. Tinha amigos ingleses no pré-guerra, e acreditava que Reino Unido e Alemanha poderiam se unir para combater a União Soviética. Além de inútil, a tentativa foi classificada por Hitler como um ato de loucura. Em 1946, Hess reviu alguns de seus colegas no tribunal de Nurembergue -onde foi sentenciado à prisão perpétua. Texto Anterior: Chilenos pedem apoio contra aliança militar Próximo Texto: Dodi al-Fayed tem um sósia, diz jornal do Reino Unido Índice |
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