São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 1997
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Indicados por Khatami recuam e radicalizam o discurso no Irã

Ministros propostos temem Parlamento conservador

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Dois membros do gabinete do novo presidente iraniano, o moderado Mohammad Khatami, deram declarações com tom mais radical ontem. É um recuo da equipe de Khatami, que tem de ser aprovada pelo Parlamento em debate que começa amanhã.
O ministro da Cultura e Orientação Islâmica proposto, Ataollah Mohajerani, foi o primeiro, afirmando que se opõe a negociações entre seu país e os EUA.
Mohajerani é um dos expoentes moderados nomeados para o gabinete proposto por Mohammad Khatami. Lideranças conservadoras no Parlamento criticaram durante a semana passada o nome de Mohajerani.
Em 1990, ele defendeu em um artigo de jornal a abertura de diálogos diretos com Washington.
Ontem, à agência oficial "Irna", Mohajerani afirmou que na verdade reavaliou sua posição após decisão de seus superiores na época.
O Parlamento, com 270 cadeiras, tem forte tendência conservadora, mas deve aprovar a maioria dos 22 indicados por Khatami.
Por sua vez, o ministro da Defesa proposto, almirante Ali Shamkhani, afirmou ontem que irá reforçar e modernizar as Forças Armadas se for confirmado no posto.
Também prometeu fomentar a exportação de armas e viabilizar a transferência de alta tecnologia militar para o Irã.
Ao mesmo tempo, a agência "Irna" desmentia também ontem informação do jornal londrino "Sunday Times" segundo a qual Teerã estaria para comprar material destinado à construção de armas nucleares da África do Sul.
Revista invadida
Em Teerã, o escritório de uma revista com orientação liberal foi atacada na noite de sábado. Cinco homens invadiram a sede da "Iran-e Farda" ("Irã Amanhã").
Recentemente, a revista veiculou artigo no qual questionava a prática de oração obrigatória nas repartições públicas iranianas.

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