São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 1997
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Disputa precede visita de Clinton

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL

A reforma e redefinição do papel da ONU é um dos principais temas internacionais desde a melhora das relações entre os EUA e a antiga URSS, no final dos anos 80.
A reforma depende basicamente da vontade e posição dos EUA, única potência mundial.
Na primeira administração de Bill Clinton (1993-96), o governo americano cozinhou o assunto em banho-maria. Priorizou temas mais quentes, como as crises no Oriente Médio e na Bósnia.
Isso está mudando. Para o seu segundo mandato, Clinton trocou seu secretário de Estado (equivalente a ministro do Exterior).
Saiu o político Warren Christopher, e entrou a diplomata Madeleine Albraight, que era embaixadora nas Nações Unidas.
Foi Albraight que comandou o veto americano à reeleição do ex-secretário-geral Boutros Boutros-Ghali, acusado de não ter executado reformas administrativas na ONU. Os EUA forçaram a eleição do ganês Kofi Annan.
Agora, como secretária de Estado, Albraight está dedicando mais espaço na agenda americana à remodelação da entidade.
Ainda é incerto que tipo de mudanças os EUA desejam. Em 95, o governo Clinton defendia a inclusão de apenas dois novos membros permanentes no Conselho de Segurança, o Japão e a Alemanha. Dizia que uma expansão exagerada tornaria o conselho inoperante.
Diante dessas incertezas, as pressões dos países interessados em ampliar sua participação -ou em evitar que outros países se fortaleçam- se tornam mais urgentes.
Não por acaso, Brasil e Argentina se batem às vésperas da visita de Clinton à região, prevista para outubro.

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