São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 1997 |
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Senador critica expressão 'ir para o Acre' em dicionário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A definição do verbo morrer no "Aurélio" virou motivo para uma representação judicial do senador Nabor Júnior (PMDB-AC) contra a editora Nova Fronteira, que publica o dicionário.Entre as 78 definições do verbo está o brasileirismo "ir para o Acre". Nabor, acreano, não gostou do que leu e afirma que vai interpelar judicialmente a editora. "O Acre não pode ficar exposto à chacota gratuita e maldosa. Vou cobrar explicações sobre as origens e as condições em que foi colhido esse conceito", disse. A editora Nova Fronteira informou ontem que não comentaria a crítica do senador. Nabor não viu problemas nas outras 77 definições -tais como "assentar o cabelo", "bater a alcatra na terra ingrata", "desinfetar o beco" e "esticar o pernil"-, que, segundo ele, estão inseridas no "imaginário popular". O senador protestou no plenário, dizendo que a inclusão do que ele chama de "infame definição" é resultado do "entrechoque perverso de interesses conflitantes, como o dos grandes grupos exógenos" -ou seja, o verbete pode ter surgido para atender a setores de fora do Estado. "Não bastam os maus exemplos de alguns de seus filhos", questionou o senador, referindo-se às recentes denúncias contra parlamentares e autoridades do Acre. Nabor afirma não entender de que forma a expressão "ir para o Acre", como sinônimo de morrer, entrou na segunda edição do dicionário se ela não estava presente na primeira, organizada por Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. "Para ser reconhecido e citado num dicionário do porte do 'Aurélio', um verbete deve passar antes pela avaliação criteriosa de importância e veracidade. Deixar de fazê-lo em um caso é abertura para outras leviandades." Texto Anterior: Câmara rejeita irregularidades na locação de funcionários Próximo Texto: Câmara rejeita irregularidades na locação de funcionários Índice |
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