São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 1997
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Suplente culpa Chicão Brígido por reter salários de gabinete

Situação de deputado acreano piora, avaliam parlamentares

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A suplente Adelaide Neri (PMDB-AC) transferiu para o deputado Chicão Brígido (PMDB-AC) -titular do mandato- a responsabilidade pela decisão de ficar com parte dos salários dos funcionários do seu gabinete.
"O deputado Chicão Brígido estava tirando dinheiro deles (funcionários), extorquindo", afirmou Adelaide ontem em depoimento à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que analisa o processo de cassação dos mandatos dos dois. Para membros da CCJ, o depoimento agrava a situação de Chicão e pode livrar Adelaide da cassação.
No dia 11, a Folha publicou diálogos entre Chicão e Adelaide, nos quais o deputado cobra da suplente parte do salário extra pago pela Câmara na convocação de julho. Chicão dizia ficar com parte dos salários dos funcionários.
A suplente afirmou que soube da ação do deputado em maio deste ano, quando Chicão cobrou dinheiro do seu filho, Vicente Neri, contratado como assessor do gabinete, com salário de R$ 2.500. "No dia 22 ou 23 de maio, o Chicão telefonou para o Vicente e disse que o salário dele era R$ 600. O resto era para devolver para ele", afirmou.
Adelaide disse que denunciou o fato ao senador Flaviano Melo, presidente regional do PMDB no Acre. "O senador me disse que seria a minha palavra contra a do Chicão. A partir daí, eu comecei a buscar provas."
Segundo ela, quando Chicão tentou ficar com a ajuda de custo paga pela convocação extraordinária, resolveu gravar a conversa, com ajuda do filho Vicente. "Eu queria mostrar para a sociedade quem ele é", disse.
Chicão e Adelaide têm até amanhã para apresentar a defesa por escrito à CCJ.

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