São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 1997
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Vítima não acredita que ele volte ao crime

DA REPORTAGEM LOCAL

Hoje completam-se 30 anos e 40 dias que o ex-gerente de banco A.M., 73, foi acordado com o facho de luz da lanterna do "Bandido da Luz Vermelha".
Luz Vermelha foi preso um mês depois de ter invadido o sobrado de A.M, no Cambuci (região central de São Paulo).
O ex-gerente, na época com 43 anos, teve o desgosto de ser acordado, às 5h30 do dia 10 de julho de 1967, pela lanterna de um dos criminosos mais temidos do Brasil. No entanto, ele diz não temer a liberdade de Luz Vermelha.
"Não acredito que ele volte ao crime", afirmou o ex-gerente de banco, que não permite que seu nome seja divulgado.
Assalto
"Fui acordado com a lanterna no meu rosto", diz.
Segundo ele, a sua mulher continuou dormindo. "O assaltante -A.M. saberia que se tratava do Bandido da Luz Vermelha somente horas depois do roubo-, uma pessoa calma, pediu para que eu abrisse o cofre", contou o ex-gerente de banco.
Luz Vermelha estendeu um paletó da vítima no chão, onde depositou jóias, relógios e canetas.
"Ele fez uma trouxa como paletó e saiu pela porta da frente, calmamente. Apenas pediu para não segui-lo. Acho que o criminoso não teve uma reação violenta porque consegui manter a calma", disse A.M.
Medo
"No quarto, ele disse que era o Bandido da Luz Vermelha, mas, no momento do assalto, não me lembrei de quem se tratava."
Ele diz que só foi saber de quem se tratava quando chegou ao banco, para trabalhar, logo após o roubo.
"Aí eu fiquei com medo", contou o ex-gerente, que tinha os cinco filhos -o mais velho com nove anos- dormindo no momento do assalto.
"Não chamei a polícia, apenas avisei o cosme-e-damião (grupo de policiais que fazia ronda na década de 60), que não prendeu o ladrão."

Colaborou o NP

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