São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 1997
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Batalha eleitoral ajuda a revigorar Vasco

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Num sábado do mês passado, um grupo de oposição à diretoria do Vasco tentou entrar no clube para fazer campanha eleitoral, mas foi barrado por seguranças.
Revoltado, foi protestar na subsede do Calabouço, no centro do Rio, onde a diretoria almoça. Seguranças, novamente, impediram a aproximação.
Os oposicionistas, então, resolveram almoçar por lá. Não conseguiram: a diretoria mandou encerrar o fornecimento de comida.
É esse o clima no clube líder do Brasileiro, considerando o menor número de pontos perdidos (cinco). Em pontos ganhos, o Vasco é o quinto colocado, com 16 pontos e duas partidas a menos que o líder -o Inter, que tem 21.
O MUV (Movimento Unido Vascaíno), que congrega a oposição, diz que houve reforço artificial da equipe para fortalecer a dupla candidatura do vice-presidente de Futebol do Vasco, Eurico Miranda.
Em novembro, ele tenta vencer a eleição dos conselheiros que elegerão o novo presidente. Miranda é candidato, depois de 12 anos como vice de Antônio Soares Calçada.
Em outubro de 98, busca o segundo mandato de deputado federal, pelo PPB do Rio. Em anúncios na TV neste ano, manteve o bordão "saudações vascaínas".
Em relação ao time que perdeu a final do Estadual do Rio para o Botafogo, o Vasco fez quatro contratações importantes: Mauro Galvão, Válber, Evair e César Prates.
Mesmo sem patrocinador há três meses, vai gastar, entre empréstimos e salários, R$ 120 mil com Válber (somando os seis meses de contrato), R$ 500 mil com Mauro Galvão (um ano), R$ 300 mil com Evair (seis meses) e R$ 250 mil com César Prates (seis meses).
Os valores foram fornecidos à Folha por Eurico Miranda. Ele afirma que, praticamente sem dívidas, o clube pode investir.
"Na hora em que ganhar a eleição, essa diretoria vai desmontar de novo o time", tem dito o ex-jogador de vôlei Fernandão, um dos dirigentes do MUV.
O melhor time do Vasco nos últimos anos foi o que conquistou o tricampeonato do Rio em 94, meses antes de Eurico Miranda se eleger deputado.
Para sustentar a tese de que os reforços têm motivação eleitoral, a oposição cita outros exemplos.
O remo, "freguês" do Flamengo há mais de dez anos, renovou a flotilha com barcos importados e já lidera o Campeonato Estadual.
E o basquete, que nem competiu no Estadual do ano passado, contratou dois norte-americanos e um jogador da seleção brasileira. Agora, é tido como o melhor do Rio.

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