São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Kathakali" é sensação do terceiro dia de festival de BH

Peça de brasileiros e indiano é baseada em "Mahabharata"

ERIKA SALLUM
ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

A grande atração do terceiro dia do Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte (MG), que vai até 24 deste mês, foi o espetáculo "Kathakali - Teatro Sagrado do Malabar".
A montagem, desenvolvida por dois atores brasileiros e um indiano, mostra trecho do poema épico hindu "Mahabharata", em linguagem Kathakali.
Essa arte, nascida há 450 anos no Estado de Kerala (antigo Malabar), sul da Índia, é profundamente ligada à religião e une de forma simbiótica teatro e dança.
"Kerala era a região onde portugueses e outros povos buscavam especiarias. Com uma tradição de guerra e religião, tornou-se campo fértil para o Kathakali", explica o ator brasileiro Almir Ribeiro.
Junto com a atriz Aglaia Azevedo, ele formou há nove anos o grupo Teatro Mínimo, que passou dois anos na Índia estudando as técnicas do Kathakali.
Naquele país, uniram-se a Kottakkal Nanda Kumaran, considerado um dos mais importantes atores vivos dessa arte.
"Nenhuma arte é tão complexa, completa e refinada quanto o Kathakali", define Ribeiro.
O espetáculo, que lotou o teatro Marília no último domingo, impressiona pelas exóticas vestimentas e pela variedade de movimentos que os artistas fazem com olhos, mãos, pés e braços. Não há palavras no palco.
Como cenário, apenas panos pretos e uma lamparina que permanece acesa durante os 80 minutos de duração.
Segundo o ator, existem 33 peças para Kathakali, mas não mais do que 20 são encenadas atualmente.
Carnaval em BH
No total, seis peças do festival foram mostradas no domingo. Às 17h, a praça Sete de Setembro (região central) foi invadida pelos cerca de 700 integrantes de "Zum, Zum, Zum Lá no Meio do Mar".
A montagem, uma "intervenção urbana" do Movimento Teatro de Grupo de Minas Gerais, reuniu seis carros alegóricos, além de 12 grupos convidados.
Mais parecido com o Carnaval nordestino, o evento juntou desde caravela estilizada -construída em caminhão- até bloco da Superintendência de Limpeza Urbana.

A jornalista Erika Sallum viajou a Belo Horizonte a convite da organização do festival.

Texto Anterior: Conheça os destaques de cada mostra
Próximo Texto: Buemba! A volta das gagás que gozam!
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.