São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 1997
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Adolescente chora com aprovação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma das mais exaltadas manifestantes contra o projeto era a estudante Maria Angélica de Oliveira, 16 anos.
"Imundas, assassinas, açougueiras, eu tenho nojo de vocês", gritava Angélica, entre lágrimas, para as parlamentares que votaram a favor do projeto.
Ela está na 2ª série do 2º grau e pertence à Sociedade de Divulgação Espírita Alta de Souza.
Moradora de Brasília, de cabelos lisos e olhos verdes, vestindo calça de brim e blusa de linha, a estudante chamava a atenção pela força de seus gritos. Ela começou a gritar contra as deputadas ainda no plenário da comissão e continuou pelos corredores.
"Sou espírita, mas, independente da minha religião, sou contra o aborto porque a gente está falando da morte de um ser humano."
Ela afirmou que a sociedade de divulgação espírita a qual pertence já atendeu mais de 300 mulheres que tiveram filhos após estupro. "Nenhuma delas odeia a criança."
Para a deputada Marta Suplicy (PT-SP), os opositores estão na Idade da Pedra.
"Estamos regulamentando um Código Penal que data de 40, uma lei que tem 57 anos. Não tem sentido, na entrada do terceiro milênio, uma mulher ser obrigada a gerar o fruto da violência se sentir que não tem condições para isso", afirmou a deputada.
"O que os opositores querem é impedir que sejam votados outros oito projetos sobre aborto que há na Câmara."

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