São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 1997
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Empresa aérea pede desculpas a latinos

Manual da American Airlines era ofensivo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A American Airlines pediu desculpas públicas a seus clientes latino-americanos pelos comentários feitos a respeito deles no seu manual para pilotos.
Segundo o "Guia para pilotos", os latino-americanos "gostam de tomar um drinque antes de o avião sair e podem fazer alarmes falsos de bombas para retardar vôos quando acham que chegarão atrasados ao aeroporto".
"Não é incomum que se embebedem e desobedeçam às regras", acrescenta o documento.
"Costumam levar toda a sua bagagem consigo" e ficam dizendo que "o avião não sairá na hora prevista", afirma o manual.
Na seção intitulada "Sobrevivência na América Latina" há também recomendações sobre os aeroportos latino-americanos. Segundo a companhia, "é perigoso" seguir às cegas as instruções dos controladores de vôo.
A seção termina com uma advertência: "Finalmente, lembrem-se que o passageiro latino-americano escolheu voar pela American Airlines porque confia mais em vocês do que nos pilotos latinos".
O manual, em vigor desde que a American começou a operar no mercado latino-americano, na década de 80, foi divulgado ao público ontem em Miami, Costa Leste dos EUA, durante audiência preliminar do julgamento de 155 ações civis contra a companhia devido ao acidente de 20 de dezembro de 1995, quando um Boeing-757 bateu numa montanha perto da cidade de Cali, na Colômbia, e matou 159 pessoas (4 sobreviveram). O julgamento começa em setembro.
Chris Chiames, porta-voz da empresa, reconheceu que a seção sobre América Latina do manual foi "redigida de maneira desprovida de qualquer sensibilidade e fez generalizações desnecessárias". O manual será recolhido e reeditado.
Diversos líderes da comunidade latina nos EUA protestaram contra a American. "É inconcebível que uma empresa perpetue entre seus funcionários esse tipo de estereótipo", disse Lisa Navarrete, do Conselho Nacional da Raça.

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