São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 1997
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Derrota faz Kuerten pensar na recepção

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A LONG ISLAND (EUA)

Eliminado do Torneio de Long Island, Gustavo Kuerten só pensa agora em aperfeiçoar sua recepção de saque, nos três dias que antecedem o início do Aberto dos EUA, em Nova York.
Ontem, na continuação da partida contra o alemão Marc-Kevin Goellner, pela segunda rodada da competição em Long Island, Kuerten teve enormes dificuldades para rebater o forte saque do adversário, que venceu por 6/3 e 7/6 (7/3).
"Ele mereceu ganhar", disse o brasileiro. "Sacou muito bem, e eu não conseguia devolver como queria. Esse foi o problema."
Os números justificam a preocupação de Kuerten. Goellner obteve 17 aces e Kuerten, por sua vez, conseguiu apenas seis aces.
Mesmo quando o brasileiro respondia o saque, a rebatida era na rede, para fora ou muito fraca.
Para se ter uma idéia da diferença que o saque fez na derrota de ontem, o alemão obteve 27 pontos dos 28 lances em que acertou o primeiro saque. Kuerten, 23 de 34.
"Hoje no tênis você tem que dar tudo o que pode no saque, é um dos golpes que mais treino", disse Goellner, que, apesar de ter a nacionalidade alemã, nasceu no Rio e passou a infância em Recife.
Para o alemão, um dos segredos para ter superado Kuerten foi a pressão psicológica.
"Ele ganhou Roland Garros, está entre os dez melhores do ranking, e os brasileiros, com poucos ídolos no tênis, vão querer que ele vença sempre", afirmou Goellner.
A partida de ontem tinha sido iniciada na véspera, mas interrompida devido à chuva. Quando foi retomada, a vantagem era do alemão, que já tinha fechado o primeiro set por 6/3, e perdia a segunda série por 3/4.
"Eu descansei muito bem de um dia para o outro", disse Goellner. "Ele que deve ter se preocupado e tido pesadelo à noite."
Na entrevista coletiva após a derrota, Kuerten negou que tenha sentido pressão psicológica. "Eu joguei melhor hoje (ontem) do que no primeiro set. Não estava preocupado com pressão alguma."
Favoritismo
O fato de não ter sido incluído entre os favoritos do Aberto dos EUA por Pete Sampras e Michael Chang, número um e dois do mundo, respectivamente, não preocupa Kuerten.
"É melhor correr por fora", comentou. "Além do mais, eu mesmo não me acho favorito. Em torneios de Grand Slam (os quatro principais do calendário do tênis), não dá para fazer prognóstico. Tudo pode acontecer."

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