São Paulo, sábado, 23 de agosto de 1997
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Fábrica de tubo de TV vai ter verba oficial

BNDES banca investimento

MAURO ARBEX
DA REPORTAGEM LOCAL

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) assinou ontem protocolo de intenções com um consórcio formado pelas empresas CEE, Itautec/Philco e Gradiente -fabricantes de aparelhos de televisão-, para viabilizar a instalação no Brasil de uma fábrica de cinescópios (tubos de imagem para TV e para microcomputadores).
O objetivo do governo é reduzir o impacto negativo na balança comercial da importação de cinescópios, que têm um peso individual importante na pauta de compras do país, e atender a uma demanda crescente pelo produto principalmente na área de computadores e TVs de tela grande.
As importações de cinescópios em 96 totalizaram US$ 533 milhões e neste ano, até julho, já chegam a US$ 339 milhões.
As empresas, conforme o protocolo, se comprometem a comprar até 60% de suas necessidades da futura fábrica, que exigirá um investimento inicial de cerca de US$ 500 milhões.
Até 90% do investimento será bancado pelo BNDES. A fábrica deve produzir 3 milhões de cinescópios ao ano, metade da atual produção nacional, de 6 milhões de unidades, atendida exclusivamente pela Philips.
"Detectamos, em conjunto com o BNDES, quais os itens que mais vêm pesando nas importações", afirmou o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros. O cinescópio é um deles.
"Condições favoráveis"
Segundo o presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, para viabilizar a instalação da fábrica o BNDES vai garantir o empréstimo "em condições altamente favoráveis".
O financiamento terá dez anos de prazo total, com dois de carência. A taxa de juros será será a TJLP -para a que vai vigorar a partir de setembro a estimativa é de 9,5% ao ano-, mais um "spread" de no máximo 1%.
A novidade, conforme ele, é que as condições podem mudar dependendo do comportamento do mercado. "Se a produção, por exemplo, for num ritmo mais lento que o previsto, o prazo de amortização pode até ser maior. Se o mercado for bom, o empréstimo pode ter um prazo menor", disse.
Esse tipo de financiamento poderá ser aplicado para outros setores. O secretário de Política Econômica informou que o governo está avaliando itens das áreas de telecomunicações, informática e eletrônicos de consumo que poderiam receber incentivo semelhante.
"Os critérios para o financiamento serão o porte do investimento, uma tecnologia acessível ao país e escala de produção", afirmou.

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