São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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Para grupo rival, MSTR prejudica a reforma agrária

RUBENS VALENTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Egídio Brunetto, 40, membro da direção nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), diz que o movimento organizado pelos sindicatos de trabalhadores rurais tem uma "visão localizada", o que prejudica a luta pela reforma agrária.
Para Brunetto, a organização dos trabalhadores rurais sem terra ligados aos sindicatos tende a diminuir, ou até acabar, quando ocorre o assentamento.
"O MST entende que a luta por um lote para determinado número de famílias é apenas um elemento do objetivo maior, que é a reforma agrária, a justiça no campo", explica ele.
Segundo o diretor nacional do MST, a falta de um "horizonte mais comprometido" para o MSTR evita a criação de um movimento forte.
Interferência
Brunetto afirma que os acampamentos ligados aos sindicatos, por não contarem com critérios rigorosos de seleção e vigilância como os do MST, sofrem interferência de políticos, especialmente de prefeitos e vereadores.
"O acampamento acaba virando um objeto de disputa eleitoral", afirma Brunetto. "O MST, ao contrário, quebra essa estrutura municipalista."
Para Brunetto, está claro que o Estado tem procurado outros interlocutores com o objetivo de "esvaziar o MST".
Sobre os métodos empregados pelo MST e criticados pelos líderes do MSTR, como as invasões de fazendas, os bloqueios de rodovias e os saques, Brunetto diz que a entidade procura "todas as formas de pressão" para acelerar a reforma agrária.
Ele afirma ainda que os sindicatos já realizaram várias ações desse tipo no Estado, como na fazenda Sul Bonito, invadida sete vezes.

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