São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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Executivos ficam 'zen' até na crise asiática

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Executivos do mundo inteiro estão convivendo com o estresse da crise cambial asiática. No Brasil, no entanto, diversos homens de negócios acharam, no próprio Oriente, formas para relaxar e não pensar no câmbio ou em outros problemas do mundo econômico.
Tai-chi-chuan, ioga, massagens e até a arte marcial aikidô são ferramentas descobertas por esses executivos na tentativa de melhorar o seu equilíbrio emocional e ganhar qualidade de vida.
"É uma forma eficiente de descarregar a tensão, relaxar e encontrar maior harmonia", diz Fábio Yamamora, 33, diretor industrial da Yama, indústria de cosmético, que treina aikidô há 12 anos.
"O aikidô trabalha as emoções, ajuda a combater o estresse e nos ensina que precisamos dos outros. Tudo isso traz ganhos ao trabalho", diz Paulo Oliveira, da área financeira da Lucent.
O aikidô também se encaixa na linguagem da administração moderna. Makoto Nishida, da Federação Paulista de Aikidô, explica que no esporte não há competição nem violência -para um negócio dar certo, é preciso contar com o parceiro, e não derrubá-lo.
Nishida, que acabou de voltar do 7º World Games (evento que reúne esportes que não participam das Olimpíadas), define o aikidô como "o zen em movimento".
No trabalho
Na mesma linha, o tai-chi-chuan ganha adeptos entre os que tentam administrar a tensão do mundo do trabalho -aqui, há outra vantagem: por não precisar do tatame, pode ser feito no escritório.
"As perspectivas de mudanças na economia são fatores geradores de angústia, que ajudamos a combater", diz Salomon Vinitsky, 43, presidente da Federação Paulista de Tai-Chi-Chuan.
Vinitsky diz que alia o tai-chi-chuan com massagens orientais para cortar a tensão.
"A sabedoria oriental pode nos ajudar a viver num mundo no qual não há mais estabilidade", diz.
A ioga é outra arma contra o estresse. Os adeptos da arte indiana aprendem técnicas básicas do combate à tensão: como fazer alongamento no local de trabalho, a melhor maneira de respirar e até de sentar numa cadeira.
"Há 15 anos, eu era um gerente superestressado. Com a ioga, aprendi a relaxar e a reduzir a agressividade", diz Joseph Adam.
Adam viu outra função na ioga: há três meses ele deixou a área de marketing de uma grande empresa para ser professor da arte. "Quando percebi a globalização, achei que poderia ficar sem emprego e decidi investir em mim e procurar uma nova ocupação, que é a ioga."

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