São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997![]() |
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Sublevação lançou campanha
FERNANDO GODINHO
Então comandante do Exército, ele se rebelou ao ser demitido pelo presidente. Amotinado em um quartel de Assunção, ameaçava derrubar Wasmosy e instalar um governo militar no país. Era uma segunda-feira. O presidente se refugiou na Embaixada dos EUA e recebeu o apoio dos embaixadores de Brasil, Argentina e Uruguai (sócios no Mercosul). Após mais de 20 horas de motim, Oviedo e Wasmosy chegaram a um acordo: o general entregaria o comando do Exército, passaria para a reserva e assumiria o Ministério da Defesa -um cargo civil. Na manhã da quarta, Oviedo entregou o comando do Exército. Na quinta-feira, o presidente anunciou que não nomearia seu adversário para o Ministério da Defesa. Já reformado, o general esboçou uma nova reação e instalou-se na sede da Cavalaria (nos arredores de Assunção); saiu de lá para um comício em guarani (língua nativa do país) para lançar sua candidatura à sucessão de Wasmosy. Em junho, o general teve sua prisão domiciliar decretada por tentativa de golpe. Foi liberado 55 dias depois, por falta de provas. No seu escritório de campanha, o general ostenta uma vasta coleção de medalhas e condecorações. Entre elas estão a Medalha do Pacificador (concedida pelo Exército brasileiro em 1989) e a Ordem do Mérito Militar (concedida por Fernando Collor em maio de 1992). Desde que iniciou sua campanha, Lino Oviedo vem irritando seus adversários, que consideram seus métodos pouco tradicionais. O mais famoso foi uma foto distribuída por sua equipe, em que ele aparece ao lado do papa João Paulo 2º. Ele anunciou que é o candidato preferido do papa, o que foi negado pela nunciatura no país. A foto foi tirada em uma cerimônia de cumprimentos na Itália, mas o general apagou todas as pessoas que estavam na mesma fila que ele. Dessa forma, ele aparece sozinho com o papa. Seus adversários também reclamam que Oviedo dá comida para os eleitores do Partido Colorado, empresta dinheiro e chega a financiar carros -ele ficaria com a nota promissória, que seria rasgada caso vença a eleição presidencial. Oviedo nega. "Não dou nada para ninguém. Não quero um país de mendigos." (FG) Texto Anterior: Partido está dividido Próximo Texto: Wasmosy diz não ter medo Índice |
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