São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Schumacher brilha e faz Ferrari sonhar

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Com um desempenho avassalador, Michael Schumacher deu importante passo, ontem, rumo ao tricampeonato mundial. Venceu o GP da Bélgica e aproximou a Ferrari do sonhado título, longe da casa de Maranello desde 1979.
O piloto alemão, mais uma vez, acertou na estratégia. Ainda no grid, apostou na brevidade do temporal que encharcava o asfalto e que provocou uma largada neutra, sob a liderança do safety-car.
Após três voltas, o carro madrinha deixou a pista. E o sol já brilhava. Schumacher precisou de menos de duas voltas para ultrapassar Jacques Villeneuve e Jean Alesi, que formavam a primeira fila.
E, após a décima volta, com pneus intermediários (meio termo entre os slicks, para pista seca, e os biscoitos, para chuva, eleitos pelos rivais), acumulava mais de meio minuto de vantagem sobre Giancarlo Fisichella, da Jordan, que adotara a mesma estratégia e já era o segundo colocado.
A corrida para Schumacher, então, se tornou apenas uma questão de cumprir quilometragem, o que fez com absoluta tranquilidade para alcançar sua quarta vitória na temporada e abrir 12 pontos no Mundial sobre o rival Villeneuve, que, apesar de perder várias posições, ainda teve forças para alcançar a sexta colocação.
Fisichella confirmou o segundo posto, seu melhor resultado na carreira, e também que é uma das maiores promessas da F-1 para os próximos anos.
Mika Hakkinen, da McLaren, mesmo sofrendo dois sérios acidentes durante o fim-de-semana e sendo ameaçado de desqualificação por supostas irregularidades de combustível, foi o terceiro.
Heinz-Harald Frentzen aliviou mais um fiasco da Williams chegando em quarto, assumindo a terceira colocação do campeonato.
Uma corrida emocionante, que manteve a tradição do circuito de Spa-Francorchamps, de novo graças ao incrível clima local.
Fator que Villeneuve aponta como adversário na luta pelo título nas cinco provas que restam na temporada. "Descontar 12 pontos não é o problema. O problema é que o clima de hoje, muito desfavorável ao nosso carro, tem boa chance de se repetir."
Para a Ferrari, pelo contrário, a chuva veio sob medida, como o próprio Schumacher confirmou após a prova. "No seco, não teríamos chance. Mas tivemos sorte e soubemos fazer a escolha certa."
Mais do que uma questão de acerto, porém, a chuva de Spa mostrou que a diferença entre Williams e Ferrari se encontra, em grande parte, no cockpit.
E que Schumacher, longe de ser o favorito no início do ano, já é o maior candidato ao título, algo que ele esperava só em 98.
(JHM)

Com agências internacionais

Texto Anterior: Lula e Adriano vencem no vôlei de praia; Seleção infanto-juvenil fica em 5º no Mundial; Brasileiros levam título de futebol de praia; Brasil domina seletiva para Mundial de pólo
Próximo Texto: Piloto já é 5º em vitórias
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.