São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 1997 |
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O pecado mora ao lado na região do spa
MARISTELA DO VALLE
"Acho absurdas as histórias sobre pessoas quem pagam para ficar em spas mais rígidos e depois gastam mais dinheiro para alimentar o tráfico de comida", comenta Alessandra Paladino, 24. Em um sábado de agosto, a hóspede do Recanto foi ao restaurante Beco do Sossego para ouvir o grupo de pagode Fração de Segundo e bebeu apenas água mineral. Na mesma noite, foi ao karaokê da pizzaria da Nena e resistiu às pizzas de mozarela e porções de batata frita que passavam quase debaixo de seu nariz. As atrações de cada uma das casas não são fixas e, geralmente, aquela que apresenta pagode atrai mais jovens. Tentações diurnas A dona Maria é a tentação mais próxima aos hóspedes do Recanto. A habitante de Cabreúva vende doces como cocada e bom-bocado a menos de 4 km do spa, pelo preço de R$ 10 o quilo. Maria Bonini, 70, começou o ofício há 50 anos. Para fazer os doces de abóbora e de batata, utiliza antigos tachos de cobre, produto quase extinto nas cozinhas modernas. "Hoje eu tenho 4 tachos, mas 2 deles já estão furados porque eram apenas revestidos com cobre. Os tachos que ainda funcionam são os mais antigos, com uns 150 anos", conta dona Maria. Apesar da motivação para esquecer a balança, dona Maria garante que os hóspedes do spa só vão visitá-la no fim da temporada, para levar doces aos parentes. Segundo ela, as pessoas em tratamento sempre vão acompanhadas de outros hóspedes. Assim, um incentiva o outro a manter a dieta. "Eles só experimentam um pedacinho de cada doce." Também perto do spa, há o pesqueiro Shalana, onde os hóspedes em tratamento costumam almoçar com os familiares que os visitam aos domingos. É possível manter a dieta no local, que também tem serviço de entrega. Basta se ater a um pedaço de peixe com salada. Um pouco mais afastada, mas igualmente tentadora, é a fazenda da Serra, que vende chocolates, perto de Itu. A diversão do passeio já começa na estrada, que fica à margem do rio Tietê, um pouco menos poluído do que a parte paulistana, mas com bastante espuma. Aberta ao público somente nos finais de semana e durante as férias escolares, a fazenda tem diversos animais que as crianças urbanas só vêem pela televisão, como pavão, minicabras e perus. "Algumas crianças que vêm aqui correm de medo porque nunca viram uma galinha", conta Luiz Hacker, proprietário da fazenda. Também há um passeio a cavalo por uma trilha de onde é possível ver a cidade de Itu e a serra do Japi. Para os gordinhos em tratamento, o local tem uma boa diversidade de tentações. A começar pela variedade de chocolates. "Quando o pessoal do spa vem aqui, pede para colocar os produtos em uma sacola que não tenha o logotipo da fazenda", diz Hacker. Além dos derivados do cacau, a fazenda vende também sorvetes, bolos e queijos. Caipira Pirapora Alguns conseguem visitar todos esses locais apenas para conhecê-los e passam incólumes pelo perigo. Se você sabe que esse não vai ser o caso, evite-os e dê um pulinho a Pirapora do Bom Jesus. Quem sabe você emagrece mais rápido se fizer uma oração na paróquia da cidade, que tem a imagem de Bom Jesus e atrai peregrinos do Brasil inteiro. Saindo do spa, é só virar à direita quando chegar ao asfalto e, depois de uns 20 minutos pela estrada dos Romeiros, você chega à cidade. Mesmo de carro, a viagem parece uma romaria pelos perigos da estrada, que tem apenas uma pista em alguns trechos devido aos deslizamentos da região. Mas o passeio vale a pena. A paróquia é bem cuidada, e a imagem do rio Tietê na frente dela, cheio de espuma, impressiona. Onde fugir da dieta Beco do Sossego: (011) 7808-4690 Chocolates da Fazenda: (011) 7822-5492 Dona Maria: 7808-4828 Pizzaria da Nena: (011) 7808-4205 Pesqueiro Shalana: (011) 7808-4730 Texto Anterior: Telefone do quarto põe fim ao pesadelo da fome às 7h30 Próximo Texto: Até língua do hóspede entra na ginástica Índice |
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