São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
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EUA vetam cavalo brasileiro

DA REPORTAGEM LOCAL

Os EUA não estão comprando mais cavalos puro-sangue árabe brasileiros. A decisão foi tomada pela associação dos criadores daquele país em julho último.
"A proibição prejudica bastante o Brasil, principal vendedor de puro-sangue árabe para os EUA", afirma Francisco Carrasco, presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Árabe, sediada em São Paulo.
O marketing da criação brasileira também saiu prejudicado, afirma Carrasco.
"Os EUA, com cerca de 550 mil cavalos puro-sangue árabe registrados, têm a maior e melhor seleção mundial. Eles só compram o top de nossa criação, o que repercute bem e abre outros mercados."
Somente em 96, o Brasil exportou 80 animais, segundo Carrasco. Desses, pelo menos 30 foram para os EUA.
O Brasil tem pouco mais de 32 mil cavalos registrados.
Carrasco afirma desconhecer o preço médio dos cavalos que embarcam. "Mas os valores são altos, pois os EUA só adquirem animais premiados em pista", diz.
Paulo Roberto Levy, selecionador em Jaguariúna (120 a norte de São Paulo) e um dos maiores exportadores de cavalos, acredita que houve uma retaliação por parte dos EUA.
Ele afirma que os EUA, desde o início deste século, nunca gostaram de adquirir puro-sangue árabe de sangue húngaro.
A origem do árabe é o deserto. Segundo Levy, em um universo de um milhão de cavalos, menos de 10 mil possuem pedigree da Hungria. "Isso é só para efeito de comparação", explica.
"Em novembro de 96, a convenção da Associação Mundial do Cavalo Árabe, entidade que tem sede em Londres, estabeleceu a data de fevereiro deste ano para os EUA liberarem suas fronteiras para a entrada do árabe de sangue húngaro", afirma Levy.
Os EUA não aceitaram e foram suspensos da associação, que regula o comércio internacional de cavalo árabe.
Os 55 países membros da entidade foram impedidos de importar cavalos americanos.
A resposta foi imediata. Em julho, os EUA fecharam suas fronteiras para os cavalos brasileiros.

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