São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
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Sem-terra montam rede de rádio

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA AGÊNCIA FOLHA, TEODORO SAMPAIO (SP)

O MST está montando uma rede nacional de rádio, com emissoras comunitárias, em pelo menos quatro Estados -São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro.
A proposta da "Rede Camponesa", que já funciona em Bagé (RS) e Promissão (SP), será unificar a programação para assentados e acampados.
Em São Paulo, estão previstas novas emissoras em Itapeva, no assentamento Santa Clara, em Mirante do Paranapanema, e na Gleba 15, em Euclides da Cunha, ambas no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado.
Segundo Carlos Rainha, 22, da coordenação estadual de comunicação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), está sendo realizado um trabalho junto aos assentados para arrecadar dinheiro para as emissoras. Ele prevê um investimento de R$ 7.500 em cada uma delas.
O dinheiro deverá estar disponível até novembro, prazo previsto para as rádios entrarem em funcionamento.
Hoje, a comunicação por meio do rádio no Pontal do Paranapanema é restrita a um programa, entre 11h e 12h de domingo, horário alugado na "Rádio Universal".
Um dos locutores é a líder do MST Diolinda Alves de Souza.
"A gente faz uma 'rádio-revista'. Há músicas intercaladas com a leitura de cartas dando força a quem está acampado", diz Carlos Rainha, irmão do líder nacional do MST José Rainha Jr.
No último domingo, o programa discutiu o novo julgamento de Rainha Jr., marcado para o próximo dia 16.
O MST pretende adotar na rede o modelo da "Rádio Camponesa", emissora comunitária de Promissão, no ar entre 5h e 0h desde 7 de dezembro do ano passado.
A emissora é mantida e operada pelos assentados, com programas políticos, religiosos católicos e mensagens evangélicas, dirigidos à mulher e música regional. Aos domingos, músicos assentados fazem um programa ao vivo.

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