São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
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Boquinha é mistério para polícia

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Idealizador da venda de drogas por mulheres sensuais, Jorge Boquinha é um mistério para a polícia. A DRE (Divisão de Repressão a Entorpecentes) ignora o nome completo do chefe do tráfico no Engenho da Rainha. Para a polícia, ele tem entre 20 e 22 anos de idade.
A ascensão de Jorge Boquinha ocorreu de modo repentino, disse o chefe do Setor de Repressão da DRE, César Borges. "Ele dormiu soldado e acordou coronel."
Vinculado à facção criminosa CVJ (Comando Vermelho Jovem), Jorge Boquinha assumiu os pontos-de-venda de drogas da favela há menos de três meses.
Segundo as investigações, ele é criado no morro, mas, para assumir o comando, se aliou a Magno Fernando Tatagiba, o Magno da Mangueira, considerado pela Secretaria de Segurança Pública o principal traficante do Rio.
Magno da Mangueira tomou conta do Engenho da Rainha em abril. Para pacificar a favela, em guerra contra o morro do Urubu, ele escolheu o traficante Márcio Patota, tido como sanguinário e temido pelos inimigos.
Pacificado o morro, Márcio Patota foi substituído por Jorge Boquinha, que atuava como soldado do tráfico na favela.
Segundo a polícia, o acordo entre Magno da Mangueira e Jorge Boquinha envolve a compra de drogas e apoio bélico em caso de invasão. Jorge Boquinha só pode comprar cocaína da quadrilha da Mangueira, que garante ajuda em pessoal e armamentos.
(ST)

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