São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
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Espanhóis ameaçam greve contra invasão estrangeira

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os jogadores espanhóis, insatisfeitos com o grande número de estrangeiros no Campeonato Espanhol, ameaçam entrar em greve.
A Associação de Futebolistas Espanhóis se reúne hoje com o secretário de esportes da Espanha, Pedro Antonio Martín Marín, para exigir a redução dos estrangeiros na liga do país.
Os sul-americanos, em especial os brasileiros, são a maioria dos atletas que não pertencem à Comunidade Européia na Espanha.
Se a greve for aprovada, os atletas espanhóis se negarão a entrar em campo já neste fim-de-semana, quando começa o Espanhol -no sábado, Real Madrid e Atlético de Madrid abrem o torneio.
Pelas leis espanholas, a greve teria que começar no domingo, pois essa tem que ser anunciada cinco dias antes de seu início.
Os clubes espanhóis podem contar hoje com um número ilimitado de "estrangeiros comunitários", segundo as recentes reformas do futebol europeu desencadeadas pelo "Caso Bosman".
"Estrangeiros comunitários" são os atletas não-europeus que, por já jogarem na Europa ou por terem alguma cidadania européia, são negociados entre os clubes do continente sem ocupar uma vaga de estrangeiro.
As regras atuais permitem ainda que um time tenha seis atletas estrangeiros, embora só possa colocar em campo quatro desses.
O protesto dos jogadores espanhóis se deve especialmente ao fato de os clubes contratarem vários jogadores estrangeiros de baixa qualidade e baratos, que estão tirando o espaço dos atletas do país.
O presidente da Associação de Futebolistas Espanhóis, Gerardo González Movilla, diz que a greve já esta acertada.
"Decidimos dar hoje, na reunião com Pedro Marín, a última oportunidade para mudarem as regras, apesar de a greve já estar convocada", disse.
Segundo Movilla, a Federação Espanhola de Futebol não tem demonstrado muita disposição em negociar com os atletas.

Com agências internacionais

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