São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
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Israel aponta ação da Síria pela paz

'Bibi' elogia ação árabe

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo de Israel afirmou ontem que a Síria, seu principal inimigo entre os países árabes, tenta conter a onda de choques no sul do Líbano. "Tenho a impressão de que os sírios fizeram um esforço para acalmar a situação no Líbano", disse o primeiro-ministro Binyamin "Bibi" Netanyahu durante visita ao Japão.
"Espero que esse esforço continue nos próximos dias, semanas e meses. Certamente, ele ajuda a melhorar a atmosfera, e uma atmosfera melhor aumenta as chances de um acordo", disse Netanyahu. Foram as declarações mais otimistas em relação ao processo de paz em várias semanas.
A Síria é acusada por Israel e pelos EUA de patrocinar ações terroristas de grupos islâmicos contrários à paz no Oriente Médio. Como a Síria mantém o Líbano militarmente sob seu controle, uma ação do país no sentido de conter o terrorismo (leia texto ao lado) poderia encerrar a atual série de bombardeios israelenses contra o país.
Ontem, por exemplo, a aviação israelense atacou alvos da Frente Popular de Libertação da Palestina-Comando Geral 15 km ao sul de Beirute, a capital libanesa. Porta-vozes do grupo, que se opõe ao processo de paz, disseram que houve apenas danos materiais.
Netanyahu não chegou a explicar por que acha que os sírios estão mais moderados. Sua declaração aconteceu no mesmo dia de outro sinal de relativa aproximação entre árabes e israelenses: a Autoridade Nacional Palestina pediu a grupos radicais que suspendam seus ataques contra Israel.
Abdel Rahim, assessor de Iasser Arafat, disse que os palestinos vão usar "a força da lei" para conter esses grupos, especialmente o Hamas (Movimento de Resistência Islâmico). A declaração representa uma concessão a Israel, que, desde o atentado suicida em um mercado de Jerusalém, em julho, reforçou seu pedido para que Arafat combata o terror.
Na semana passada, Arafat se reuniu com representantes de grupos extremistas. A aproximação irritou Israel.
Ontem, apesar da ameaça aos grupos radicais, Arafat fez novas reclamações contra Israel. Disse que o fechamento das fronteiras dos territórios palestinos é "um ato desumano para pôr o povo palestino de joelhos" e que a comunidade internacional deveria se mobilizar contra a ocupação israelense de territórios reivindicados pelos árabes.
Arafat se encontrou com o presidente do Egito, o moderado Hosni Mubarak, no balneário egípcio de Burg al-Arab. Ele pediu uma reunião de cúpula árabe, para discutir principalmente a questão de Jerusalém -cidade disputada por palestinos e israelenses.
Ontem, soldados israelenses feriram com balas de borracha três jovens palestinos que os atacavam com pedras, em Belém (Cisjordânia). Os militares israelenses também intervieram quando um grupo de palestinos tentava derrubar uma barricada que isola a cidade.

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