São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 1997 |
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PM invade presídio e acaba com rebelião
WAGNER OLIVEIRA
Com bombas de efeito moral, 280 PMs entraram no pavilhão e retiraram as 56 pessoas que estavam no local -a maioria, espontaneamente. Não houve feridos. O protesto começou no domingo quando 270 presos resolveram que 60 pessoas que visitavam detentos não iriam deixar a cadeia. Quatro das 60 pessoas retidas -40 mulheres, 17 crianças e três homens- deixaram o presídio anteontem à noite sem que os detentos se opusessem. A maioria dos visitantes resolveu ficar no presídio porque os presos demonstraram temor de uma eventual represália da segurança da cadeia em função de um incidente ocorrido uma semana atrás. Na quarta-feira da semana passada, três agentes penitenciários foram feridos com golpes de estilete por presos, em um princípio de rebelião. Em função disso, a PM faria anteontem uma operação "pente fino" para recolher "armas brancas" -estiletes e facas artesanais- em poder de presos. O medo de espancamento pela PM e os agentes penitenciários levou ao início do protesto dos detentos às 16h do último domingo, com apoio de suas mulheres, filhos e parentes. O coordenador da Coesp (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do Estado de São Paulo), Lourival Gomes, disse que os detentos não apresentaram reivindicação durante a rebelião. Ele disse que o preso conhecido como Claudio Nóia é o responsável pela agitação na cadeia. Gomes anunciou a transferência de Nóia e mais 19 presos para outros presídios no Estado. O diretor da cadeia, Maurício de Freitas, disse que, para ele, não houve exatamente uma rebelião. "Eles tinham medo de ameaças que eles próprios inventaram. O que houve mais foi uma paranóia desse Claudio Nóia", disse. Por volta das 12h, os parentes dos presos deixaram o presídio após passarem por revista da Polícia Militar. Texto Anterior: Dose dupla; Tapuia cucaracho; Frescura antiga Próximo Texto: Dois presos morrem em rebelião na Praia Grande Índice |
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