São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Dívida atrapalha venda da Golden Cross
MÁRIO MOREIRA
O valor representa 55% do passivo da Golden Cross, que chega a R$ 580 milhões, segundo avaliação do mercado segurador. A Folha apurou que pelo menos duas grandes seguradoras desistiram de comprar a Golden devido ao tamanho do rombo nas contas da empresa, principalmente na área tributária. No caso da dívida com a Receita Federal, o novo controlador da Golden terá que renegociar valor e prazo de pagamento com o governo para viabilizar financeiramente a empresa. Preço estabelecido A diretoria da Golden Cross está pedindo US$ 600 milhões (cerca de R$ 680 milhões, pelo câmbio paralelo) para fechar negócio. Só o Banco Excel (associado à companhia norte-americana Cigna) e o Banco Pactual (associado à também norte-americana AIG) continuam tentando comprar a Golden Cross. A dívida com a Receita Federal foi um dos motivos que levaram os procuradores da República Rogério Nascimento e Silvana Batini a apresentar à Justiça uma denúncia contra seis diretores da Golden Cross. A denúncia foi acatada pelo juiz Abel Fernandes Gomes, da 4ª Vara Federal do Rio, que ainda não julgou o mérito da ação. Os procuradores acusam a Golden de distorcer informações em seus Relatórios Anuais de Filantropia relativos aos anos de 89, 90, 91, 92 e 93. O objetivo seria evitar o pagamento de impostos, por meio da apresentação de comprovantes de gastos filantrópicos falsos. Segundo os procuradores, a Golden Cross teria apresentado como despesas filantrópicas gastos efetuados com planos de saúde de seus empregados. Além disso, a empresa teria pago despesas particulares de seus diretores e de parentes deles, como cirurgias plásticas de Milton Afonso e de sua mulher, Arlete Carvalho Afonso, em 91 e 92. Denunciados Segundo os procuradores, além de sonegação fiscal, os diretores da Golden cometeram os crimes de formação de quadrilha e falsidade ideológica. Foram denunciados o fundador e presidente do Conselho de Administração da Golden Cross, Milton Soldani Afonso, o presidente da empresa, Paulo César Afonso, e três diretores da companhia: Cylo Carvalho da Silva, Fernando Rodrigues dos Santos e Benjamin Carvalho da Silva. O ex-diretor José Carlos Jourdan teve a denúncia contra si recusada pelo juiz porque já deixara a empresa na época das supostas irregularidades. A assessoria de imprensa da Golden Cross informou que nenhum dos denunciados comentaria o teor da ação. Texto Anterior: Governo vai devolver R$ 1,5 bi aos Estados Próximo Texto: Restaurantes já recusam tíquete Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |