São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 1997
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'Caso Bosman' causou onda de transações

DA REPORTAGEM LOCAL

A nova onda de transações no futebol europeu teve início em novembro de 95, quando a Corte Européia deu ganho de causa para o jogador belga Jean-Marc Bosman em uma batalha jurídica que demorou cinco anos.
Bosman atuava no Liege, da Bélgica, clube que reduziu o seu salário em 80%.
Ao ser pretendido pelo Dunquerque, equipe da França, o Liege pediu um alto preço pelo passe de Bosman, o que inviabilizou qualquer transação.
O jogador, então, decidiu entrar na Justiça. O juiz que deu parecer favorável a Bosman interpretou que as dificuldades colocadas pelo Liege para a venda do passe do jogador iam contra as leis européias sobre livre circulação de trabalhadores no continente.
Os efeitos
Após o "Caso Bosman", a Europa assistiu ao fim da lei do passe no futebol. Os jogadores têm hoje total liberdade para negociar livremente com qualquer clube que integre a União Européia.
Se a decisão foi, aparentemente, positiva para os jogadores, causou prejuízo financeiro aos clubes.
Os times europeus só podem cobrar pelos contratos dos jogadores que estão em vigor. Não é mais permitido pedir dinheiro pela simples transferência do atleta.
Sendo assim, as negociações entre os clubes que fazem parte do Mercado Comum Europeu tiveram um sensível aumento nas últimas temporadas.
Algumas transferências, como a do brasileiro Ronaldinho, do Barcelona (Espanha) para a Internazionale de Milão (Itália), só foram possíveis devido às novas leis do futebol no continente.
Embora o sindicato mundial de jogadores, que tem como grande líder o argentino Maradona, tenha dado total apoio a Bosman na questão, muitos atletas, inclusive brasileiros, não acharam boas as mudanças decorrentes do caso.
Desde o ano passado, atletas italianos e espanhóis vêm reclamando da "invasão estrangeira" em seus países, colocando em xeque as possíveis vantagens proporcionadas pelo "Caso Bosman".
Um jogo amistoso organizado para arrecadar fundos para Bosman, por exemplo, recebeu vários protestos na Espanha este ano.

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