São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
UDR ameaça desocupar áreas invadidas
JOSÉ MASCHIO
Em Querência do Norte (PR) existem 17 reintegrações já determinadas pela Justiça. Dessas, em seis áreas os proprietários ingressaram com uma nova ação pedindo o cumprimento das reintegrações em três dias. A juíza Elizabeth Kather, de Loanda, concedeu um prazo de 20 dias para a reintegração de posse, que vence no próximo dia 31. O presidente da UDR no Noroeste do Paraná, Marcos Prochet, disse que, a partir do vencimento do prazo, "tudo o que acontecer nestas áreas será responsabilidade do governo do Paraná". A Agência Folha apurou ontem que os fazendeiros estão se armando para retirar os sem-terra das fazendas. A UDR promete utilizar a força para desocupar as fazendas Saudade, União, São Francisco 3º, Santa Ana, Santo Antônio e Dois Córregos (de propriedade da família de Prochet). "Não queremos conflito, mas iremos dançar conforme a música", afirmou Celso Anghinoni, da coordenação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Querência do Norte. Segundo Anghinoni, não vai "adiantar a UDR ameaçar. Os sem-terra só saem das fazendas após negociações concretas, com áreas sendo liberadas para a reforma agrária". Nas seis áreas existem mais de 1.300 famílias. O comando da PM em Paranavaí (520 km a noroeste de Curitiba) informou que não tem determinação do Comando Geral para cumprir mandados de reintegração. Conflito No município de Alvorada do Sul (norte do PR), onde o MST mantém um acampamento com mil famílias, o arrendatário Homero de Ramos Palma registrou queixa-crime contra um grupo de 20 famílias que teriam queimado uma Brasília de sua propriedade. Os sem-terra dizem que Palma tentou "sequestrar" duas crianças do acampamento, montado na fazenda Nossa Senhora Aparecida. Luis Roberto de Oliveira, da coordenação do MST na região, disse que Palma e "pistoleiros" atiraram anteontem em sem-terra que trabalhavam no local. Desde 30 de julho, Palma e os sem-terra trocam ameaças pelo controle da fazenda, de 237 hectares, de propriedade de Mário Cândido de Matos, de Presidente Prudente (SP). A Justiça já concedeu a reintegração de posse. Texto Anterior: Campanha tenta evitar falência Próximo Texto: MST decide 'inchar' acampamentos Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |