São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997
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Professora usa fita adesiva para calar alunos em SP

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

A Polícia de Monte Azul Paulista, cidade do interior de São Paulo, abriu inquérito para apurar se houve crime de tortura durante castigo aplicado a um grupo de alunos de uma escola pública da cidade.
A professora Andréia de Souza, 21, é acusada de ter prendido com fita adesiva a boca de oito alunos da terceira série, durante aula na escola Professora Alzira de Freitas Casseb, na última terça-feira.
A professora, que é substituta, disse que tudo não passou de uma "brincadeira".
Segundo a professora, como os alunos estavam "falando demais" durante a aula, ela tapou a boca de um ou dois usando a fita adesiva.
Os demais estudantes da classe teriam pedido para fazer o mesmo, segundo afirmou a professora.
O delegado Geraldo Souza Filho, 34, abriu inquérito para apurar o caso.
O crime de tortura prevê pena de dois a oito anos de prisão. Exame de corpo de delito constatou o uso de material colante no rosto das crianças. Os estudantes que tiveram a boca tapada têm entre oito e nove anos.
Alergia
Uma das crianças que tiveram a boca fechada com fita adesiva desenvolveu uma alergia, segundo informação fornecida pela polícia.
A partir da próxima semana, o delegado vai ouvir os 33 alunos da classe -as únicas testemunhas-, os pais, a professora acusada e a direção da escola.
Algumas mães querem que a professora seja afastada de suas atividades na escola.
"Se ela fez isso agora, a próxima brincadeira pode ser muito pior", disse Roseli Vicente de Souza Borsato, 31, mãe de um dos alunos castigados.
A diretora substituta da escola, Alice Neves Garcia Ferreira, disse que encaminhou o caso à Delegacia de Ensino, que decidiu abrir sindicância.
Segundo informou a diretora, a professora permanecerá na ativa enquanto não forem concluídas as investigações sobre o caso.

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