São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997
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Bancos rejeitam nova exigência da Encol

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A solução para resolver o problema dos 42 mil mutuários e dos 12 mil empregados da Encol, que parecia iminente anteontem, pode se arrastar porque está cada vez mais difícil um acordo entre o dono da empresa, Pedro Paulo de Souza, e os bancos credores.
Liderados pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, os bancos querem a falência da empresa para implementar um acordo e concluir as obras. Na última reunião, sugeriram a Souza que pedisse a falência da empresa.
Souza divulgou nota depois informando que aceita a sugestão de autofalência, mas quer que os bancos renunciem por escrito ao seu lugar na fila para receber suas dívidas -antes dos mutuários, como previsto na legislação de falências.
O presidente do BB, Paulo César Ximenes, disse ontem que o banco não pode fazer isso. "Seria uma liberalidade do banco e me botam na cadeia", disse. Segundo ele, a autofalência é boa porque apressa as coisas.
A diretoria da CEF também não concorda com o pedido de Souza porque avalia que não há garantia de que a autofalência seja solicitada depois. A diretoria da instituição também defende a falência da Encol como solução.
BB e CEF também não consideraram séria outra proposta apresentada por Souza: transferir o controle acionário da empresa para os mutuários e empregados. Essa proposta não mudaria em nada a situação da empresa.
Acordos evitam falência
A análise dos pedidos de falência da Encol na Vara de Falências e Concordatas do Tribunal de Justiça do Distrito Federal deve demorar. Autores de 5 dos 8 pedidos feitos já desistiram da ação.
No caso dos três pedidos restantes, o juiz ainda não tinha notificado a construtora Encol até o final da tarde de ontem.
A falência da empresa só pode ser decretada se ela não tiver como pagar a dívida que está sendo cobrada. Caso a dívida seja paga ou o credor faça um acordo com o devedor, a ação pode ser suspensa ou encerrada.
Outros 74 processos com pedidos de falência que deram entrada fora do Distrito Federal ainda devem ser examinados por Ribeiro, mas não há data prevista para isso porque as ações ainda não chegaram a Brasília.
Embora seja difícil uma solução negociada, já está marcada uma nova reunião com o ministro Iris Rezende (Justiça) na próxima quarta-feira.
A solução que estava sendo negociada previa uma falência negociada para que as obras inacabadas da Encol fossem concluídas. Para isso, os 38 bancos credores não receberiam de imediato seus créditos e o INSS e a Receita parcelariam os débitos da empresa.

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