São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997
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'Reservas são escudo contra especulação'

Afirmação é de diretor do BC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O futuro diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Demósthenes Madureira de Pinho Neto, 37, disse ontem que não se deve hesitar em utilizar a totalidade das reservas internacionais para combater um eventual ataque especulativo ao Brasil.
Durante sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, Pinho Neto disse que a idéia de flutuação cambial é complexa. Segundo ele, muitos estudos apontam instabilidade em países que adotaram esse sistema.
Hoje, o BC atua no regime de bandas (variação entre o limite mínimo e máximo para a cotação do dólar). Nesse sistema, o BC controla a variação da moeda norte-americana dentro do limite fixado por meio de leilões de câmbio.
A mesma posição foi defendida pelo presidente do BC, Gustavo Franco, quando assumiu o cargo.
As reservas internacionais no BC eram de US$ 64 bilhões no conceito de liquidez internacional (disponibilidade imediata mais compromissos a receber a médio e longo prazos), no dia 14 último.
Em julho passado, as reservas fecharam em US$ 59,493 bilhões (disponibilidade imediata) e em US$ 60,331 (conceito de liquidez internacional).
Hoje, segundo Pinho Neto, o total das reservas cobre 12 meses de importações brasileiras. "Temos um colchão confortável e seguro, um instrumento para dar segurança a qualquer problema", afirmou.
Consórcios
Sérgio Darcy da Silva Alves, 52, indicado para a diretoria de Normas do BC, disse, durante a sabatina na CAE, que o setor de consórcios pode ser encaminhado para a auto-regulamentação.
"Essa é a minha posição pessoal. Está chegando o momento da retirada dos consórcios do BC", afirmou. A regulamentação dos consórcios hoje é feita pelo BC.
Ontem, os nomes de Pinho Neto e de Sérgio Darcy para as diretorias de Assuntos Internacionais e de Normas, respectivamente, foram aprovados pelos senadores que integram a CAE.
Os 20 senadores presentes aprovaram por unanimidade o nome de Pinho Neto. Sérgio Darcy recebeu 19 votos a favor de sua indicação e uma abstenção. Os nomes dos novos diretores do BC ainda devem ser aprovados pelo plenário do Senado na próxima terça-feira.

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