São Paulo, sábado, 30 de agosto de 1997
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Bicudo critica diretório

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

"Quem manda no Diretório Nacional (do PT) chama-se Roberto Teixeira." Essa foi uma das frases utilizadas pelo deputado federal Hélio Bicudo (PT-SP) para criticar o acordo que permitiu uma saída honrosa para o advogado amigo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Bicudo era 1 dos 3 integrantes da comissão de sindicância do partido que investigou as acusações do economista Paulo de Tarso Venceslau contra Roberto Teixeira.
Segundo o economista, o advogado pressionou prefeituras do PT a contratar, sem licitação, a empresa Cpem, especializada na área tributária.
Relatório no "lixo"
Para Bicudo, o Diretório Nacional "jogou no lixo" o relatório da comissão de sindicância e a decisão da Executiva Nacional, que o ratificou.
Outro membro da comissão, o vereador José Eduardo Cardozo, concorda com as críticas de Bicudo. "O relatório da comissão era rigorosamente correto", afirmou.
Cardozo disse que estava "decepcionado" com a posição do Diretório Nacional. "O resultado não corresponde àquilo que nós investigamos."
A comissão de sindicância trabalhou por 43 dias e ouviu 35 testemunhas. O relatório final foi concluído no dia 22 de julho. Na mesma data, ele foi aprovado pela Executiva Nacional do partido.
O economista Paul Singer era o terceiro integrante da comissão de sindicância.
O relatório afirmava que era "difícil descartar" a possibilidade de que Teixeira tivesse cometido "abuso de confiança", com "aproveitamento das relações de amizade" que mantém com Lula.
Teixeira é dono da casa em que Lula mora, sem pagar aluguel, na cidade de São Bernardo do Campo.
A comissão sindicante sugeriu que tanto Vesceslau quanto Teixeira fossem submetidos a comissões de ética do PT.

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