São Paulo, sábado, 30 de agosto de 1997
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Caso do motel não teve duplo homicídio

DA FOLHA RIBEIRÃO

A Polícia de Franca (401 km de São Paulo) descartou ontem a possibilidade de duplo homicídio nas mortes do médico Antônio Carlos Pinheiro Vissotto, 47, e da empresária Renata Olivitho Benedini Fernandes, 33.
Os dois foram encontrados mortos na madrugada de anteontem no quarto 15 do Dallas Motel, na estrada que liga Franca a Restinga.
Renata era casada com o empresário Wilton Mello Fernandes, um dos diretores do Grupo Samello, que produz calçados para a exportação e para o mercado interno.
O delegado João Batista Palim, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), responsável pelas investigações, disse ontem que estão sendo analisadas as possibilidades de homicídio seguido de suicídio e duplo suicídio.
Mas a família da empresária contesta a polícia e divulgou estar convicta de que o casal foi assassinado.
Ontem, foram ouvidos os primeiros parentes das vítimas. A empresária e o médico foram enterrados anteontem.
A polícia diz que a ausência de provas no local do crime irá dificultar as investigações.
O casal foi encontrado nu e abraçado sobre a cama.
Os primeiros a chegar ao local foram um cunhado e a mãe de Renata. Em companhia de dois funcionários do motel, eles abriram a porta do quarto com uma chave reserva.
A mãe de Renata, Célia Regina Olivitho, vestiu a filha e pegou todos os seus pertences antes da chegada da polícia.
Segundo o delegado, essa atitude dificulta as investigações e faz com que o depoimento de Célia seja essencial para a elucidação do caso.
Ela deverá depor somente na próxima semana.
Os objetos apreendidos no quarto serão analisados pelo Instituto de Criminalística de São Paulo.
A polícia encontrou uma garrafa de vinho, uma garrafa de água, dois comprimidos e dois chicletes.
Antes de irem para o motel, os dois teriam se encontrado no Clube de Campo de Franca. Eles teriam saído juntos do local.
O marido de Renata, Wilton Mello Fernandes, disse que não quer se pronunciar.

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