São Paulo, sábado, 30 de agosto de 1997
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Encol diz que solução pode vir dos EUA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Encol anunciou ontem que assinou um protocolo de intenções com dois grupos norte-americanos para solucionar a crise da empresa.
Os grupos seriam o World Mae e CB Commercial Real State Group, representados oficialmente por Emílio Gorriti. A empresa não quis divulgar o conteúdo do documento, e o representante mencionado não foi encontrado pela Folha.
A construtora informou que as empresas vão discutir qual é a melhor alternativa para sanear a Encol, a partir de uma auditoria que será encomendada à Price Waterhouse. Serão trazidos técnicos da Argentina e dos Estados Unidos para ajudar na avaliação.
Aporte
Sempre de acordo com a Encol, na próxima semana os grupos voltarão a conversar com a construtora, em Brasília. Ainda não está definida a fórmula que será adotada -se haveria, por exemplo, venda total da empresa ou uma transferência de gestão.
A Encol divulgou também que a previsão de aporte inicial de recursos, caso a negociação seja concluída, será de US$ 150 milhões.
As negociações teriam começado há 15 dias, quando os grupos entraram em contato com o conselho de administração.
Mutuários
Mas não é só a Encol que diz estar em busca de soluções alternativas. Depois do fracasso das negociações com os bancos, na reunião de quarta-feira, os mutuários da empresa decidiram procurar economistas e advogados para elaborar uma proposta própria.
O presidente da Associação Nacional dos Mutuários, Charles Belchieur, disse que está em contato com um banco credor e deverá ter um projeto finalizado no início da próxima semana. Segundo ele, profissionais do mercado financeiro estão prestando assessoria gratuita para ajudar os clientes da Encol.
Belchieur afirmou que a pior solução para mutuários e funcionários é a falência. Ele disse também que os mutuários estão negociando com os fornecedores para pedir a suspensão da cobrança dos débitos por 90 dias.
"É uma pequena moratória, para ver se a gente consegue achar uma alternativa", explicou.
A proposta que está sendo estudada exige a mudança do controle acionário. Segundo o mutuário, o sócio majoritário da Encol, Pedro Paulo de Souza, não tem mais credibilidade, o que torna impossível conseguir novos empréstimos para tocar as obras.

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