São Paulo, sábado, 30 de agosto de 1997
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Venda de investidor externo derruba mercado asiático

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As principais Bolsas asiáticas registraram ontem forte queda, devido aos problemas que afetam as moedas da região e às dúvidas dos investidores estrangeiros sobre as perspectivas econômicas do Sudeste Asiático.
A Bolsa de Hong Kong fechou a semana com baixa de 5%, em razão das vendas maciças de ações, em um mercado nervoso, que teme o aumento nas taxas de juros dos bancos locais, informaram corretores.
Em outros mercados, a situação foi semelhante. "A maior parte dos que venderam os papéis o fizeram durante os primeiros 20 minutos do pregão. Havia um verdadeiro pânico", disse um corretor.
A Bolsa de Cingapura chegou a cair 6% no início do pregão de ontem, mas acabou fechando com uma queda menor, de 2,2%. Em Kuala Lumpur, a baixa foi de 1%, só não sendo maior graças à atuação dos investidores locais, que conseguiram compensar vendas realizadas pelos estrangeiros.
Em Bancoc, após recuar 4% durante o pregão, a Bolsa fechou com queda de 2,6%. Os analistas atribuíram essa baixa às incertezas políticas na Tailândia.
A Bolsa de Manila, que chegou a despencar 8,4% durante a sessão, recuperou-se e acabou encerrando com baixa 2,4%. Na quinta, a Bolsa havia registrado a maior queda em dez anos, de 9,3%.
As moedas asiáticas também foram atingidas ontem. O ringgit da Malásia, o bath da Tailândia e a rupia da Indonésia apresentam queda em relação ao dólar norte-americano. O retrocesso das moedas da região está provocando um aumento da dívida pública em dólares e em ienes de países considerados frágeis, como a Malásia.
"A desvalorização do bath desencadeou a crise, mas os alicerces (das economias) asiáticos são débeis", afirmou Yogaku Iwamoto, economista do Tokio Research Institute.
Para Kennetth Courtis, economista-chefe do Deutsche Bank de Tóquio, as turbulências nas moedas asiáticas são consequência da debilidade de Wall Street e das correções que sofreram as Bolsas européias.
A alta da taxa de juros nos Estados Unidos seria um golpe a mais nas economias asiáticas, que se veriam expostas a novas pressões, conforme Courtis.
As últimas medidas para limitar os ataques especulativos na Bolsa de Kuala Lumpur e a ameaça de outras iniciativas do primeiro-ministro da Malásia Nahatir Mohamad não contribuíram para tranquilizar os mercados.
O ringgit da Malásia caiu ontem para 2,9620 por dólar, em relação a 2,8920 da quinta-feira. A rupia da Indonésia caiu para 2.975, contra 2.945 do dia anterior.

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