São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997
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Crise atual é a 1ª do CNE

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A crise em torno da transformação da Faculdade Anhembi Morumbi em universidade foi uma exceção no trabalho do CNE.
Instalado em fevereiro do ano passado, o órgão herdou mais de cem pedidos de faculdades para se transformar em universidade do Conselho Federal de Educação, extinto em 1994.
Uma trigem prévia no Ministério da Educação reduziu esse número de pedidos para 32, que foram então reencaminhados ao CNE. Dois foram aprovados no final de 1996.
O restante começou a ser votado em junho passado, a partir de pareceres feitos por conselheiros sorteados.
O processo da Anhembi Morumbi entrou no lote de agosto -quando outras cinco universidades já haviam sido aprovadas, todas por consenso.
Sorteado para relatar o processo, Jacques Velloso visitou a faculdade com José Arthur Giannotti (leia quadro). Concluíram que ela não tinha "produção acadêmica institucionalizada" e, portanto, não era universidade.
Depois da visita, Giannotti recebeu uma denúncia segundo a qual haveria um esquema de manipulação de notas na faculdade.
Giannotti levou a denúncia à Câmara de Ensino Superior do CNE. Segundo Velloso, a denúncia pesou para a elaboração de seu relatório, uma vez que ele considerou que a Anhembi Morumbi não poderia mais ser credenciada nem para centro universitário.
Mas uma visita de técnicos do MEC não comprovou a denúncia.
O conselheiro Lauro Zimmer pediu vistas do processo e elaborou um parecer favorável à transformação em universidade.
Por seis votos a cinco, a transformação em universidade foi aprovada no CNE. Logo depois, Giannotti pediu demissão do conselho.
Ele reconhece que a denúncia não se comprovou -tanto que depois votou pelo centro universitário. Mas mantém a posição de que esse tipo de instituição não pode ser universidade.

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