São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Barretos combate Aids na Festa do Peão

LUCIANA FINAZZI
CLAUDIO ANGELO

LUCIANA FINAZZI; CLAUDIO ANGELO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Prefeitura distribui preservativos e panfletos educativos entre participantes do evento, que termina hoje

Preocupada com a disseminação do vírus HIV durante a 42ª Festa do Peão de Boiadeiro, a Secretaria da Saúde de Barretos (438 km de São Paulo) está fazendo uma campanha de prevenção contra a Aids.
A secretaria está distribuindo 2.500 preservativos em dois pontos do Parque do Peão, onde ocorre a festa que começou no último dia 22 e termina hoje.
Além disso, foram distribuídas 500 camisinhas ontem no calçadão da cidade.
A prefeitura ainda confeccionou panfletos explicativos, que estão sendo distribuídos por agentes de saúde no calçadão e na avenida 43, uma das principais entradas da cidade.
Segundo o secretário da Saúde, Samir Assad Nassbine, foram feitos 120 mil panfletos.
Nassbine afirmou que as chances de se "importar" ou "exportar" o vírus aumentam durante a festa, como acontece em qualquer concentração popular.
Nos dez dias da festa, a cidade deve receber 1,4 milhão de pessoas.
"O ideal seria que as pessoas mostrassem o teste (de Aids) para poder entrar na cidade, mas isso é impensável", disse, em tom de brincadeira.
Notificações
Barretos tem hoje cerca de 300 portadores do vírus HIV e cem doentes notificados.
No ano passado, houve apenas 58 casos de Aids notificados.
"As notificações aumentaram porque começamos a distribuir o coquetel anti-HIV este ano, e todo mundo quis receber", afirmou.
Para Nassbine, é difícil avaliar se houve explosão de casos de Aids na cidade devido à festa.
"O exame é muito demorado, e o vírus pode ficar um ou dois anos incubado antes que a pessoa apresente os sintomas."
Paquera
Enquanto isso, os visitantes da festa estão aproveitando o evento para liberar a paquera.
A abordagem entre homens e mulheres acontece em todos os cantos do Parque do Peão.
Para a maioria dos visitantes, a paquera é mais importante que assistir a rodeios -principal atração do evento- ou shows de música.
Com a paquera solta no parque e todos os motéis da cidade ocupados por turistas, o estacionamento é o local preferido dos casais.
Para o eletricista Paulo de Souza, 19, arranjar uma garota na festa é fácil. "Quando eu arranjo, levo para o carro mesmo", disse.
Já a estudante Cassiane de Melo Fernandes, 18, afirmou que quando acha o paquera ideal, transa até atrás do caminhão. "A gente sempre dá um jeitinho", disse.

Texto Anterior: Musa antiaborto afirma que defensores são 'açougueiros'
Próximo Texto: Última fase do rodeio é hoje
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.