São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997
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Ciclos

RODRIGO BUENO

Assim como quase tudo na vida, os campeonatos da Espanha e da Itália são cíclicos. Em um período, o torneio espanhol permanece em voga. Depois, é a vez da liga italiana ser o centro das atenções. E, por vezes, como agora, as altas coincidem.
Esse movimento pôde ser bem observado nos últimos anos, mas é perceptível pelo século.
No início dos anos 30, a disputa entre o Espanhol e o Italiano começou. Enquanto na Espanha a liga engatinhava -nasceu em 1929-, a Itália via surgir a Série A -nomenclatura para 1ª divisão até hoje.
Barcelona, Bilbao e Real Madrid logo de cara estrelaram o torneio espanhol. E a Juventus, como pentacampeã, já era mandachuva da liga italiana.
A 2ª Guerra Mundial atrapalhou tanto o Espanhol quanto o Italiano, mas mais o segundo, que foi até interrompido (o Espanhol parou por guerra civil).
Nos anos 40, a Itália, como bicampeã mundial, se impôs calcada no supertime do Torino, vítima de acidente aéreo.
Já nos 50, a Espanha, ou melhor, o Real Madrid de Puskas e Di Stéfano, roubou a cena.
À medida que o Real decaía, os clubes de Milão ascendiam. A Inter e o Milan, além de superar a Juventus em casa, foram campeões mundiais nos 60.
Quando Cruyff foi comprado pelo Barcelona na primeira metade dos 70, os holofotes se voltaram de novo para a Espanha.
Na sequência, a Itália deu início ao processo de "estrangeirização" de seu campeonato, posando de vitrine do futebol.
Com a ida de Maradona para o Barcelona em 82, a Espanha teve mais uma vez o melhor do futebol mundial. Só que dois anos depois, o craque argentino se mudaria para Nápoles.
Nos 90, o Milan de Van Basten e Gullit fez história ao ser campeão do Italiano invicto, assim como o Barcelona, que praticou um futebol-arte-competitivo nas mãos de Cruyff.
O tempo passou. Os nomes mudaram. Nada mais que isso.

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