São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997
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Meligeni aposta em seu 'estilo operário'

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DE NOVA YORK

Relegado ao papel de coadjuvante depois que Gustavo Kuerten ganhou Roland Garros, Fernando Meligeni, 26, espera que o Aberto dos EUA sirva para ele reviver a época em que foi recebido no Brasil com festa, depois do quarto lugar na Olimpíada de Atlanta-96.
Hoje, ao desafiar o sueco Magnus Larsson, Meligeni, que nasceu na Argentina, mas é naturalizado brasileiro, confia em seu estilo operário, como ele se define, para chegar às oitavas-de-final.
"Na minha vida, não conquistei nada, nada, nada com facilidade", diz o tenista. "Nunca tive ninguém que chegou e disse que sou um cara legal, e por eu ser um sujeito bacana ia me ajudar ou impulsionar minha carreira."
"O que consegui foi suando a camisa e graças a um monte de profissionais competentes que tive ao meu lado e nos quais eu pude me espelhar."
Contra Larsson, o torcedor brasileiro que for a Flushing Meadows pode ter certeza de que garra não faltará a Meligeni. Pelo menos é o que ele garante.
"Sou um operário do tênis e estou em uma fase em que aprendi que cada ponto tem de ser valorizado ao máximo. Luto até o fim, quantas horas forem necessárias. Se perder, é porque o outro tinha mais talento, mas não porque batalhou mais do que eu."
A torcida
Como Jonas Bjorkman, que enfrentaria Gustavo Kuerten ontem à noite, Magnus Larsson, 27, adversário de Meligeni, é sueco.
Seu melhor ano no esporte foi o retrasado, quando ficou entre os dez melhores do mundo. Atualmente, é o 30º do ranking da Associação dos Tenistas Profissionais.
Para Meligeni, 50º colocado, uma vitória hoje pode significar uma ascensão no ranking. "Mas agora não quero pensar nisso. Terminado o Aberto, aí sim vou ver onde fui parar."
Após ter eliminado o venezuelano Jimy Szymanski, na primeira rodada, e o norueguês Christopher Ruud, na segunda, em quadras apertadas e com público reduzido, Meligeni pede ao torcedor que compareça ao estádio.
"Quanto mais gente me apoiando, melhor. Em Atlanta, a galera me levou aos primeiros lugares. Adoro incentivos, eu mesmo passo o jogo inteiro me empurrando para frente. Estou num ótimo momento e conto com a colaboração do torcedor brasileiro."
Meligeni está fazendo a melhor campanha de suas seis participações no torneio norte-americano do Grand Slam. Nos anos anteriores, não passou da primeira rodada. "Foi assim com o Guga em Roland Garros. Quem ia imaginar que ele seria campeão? De ponto a ponto, pouquinho por pouquinho, eu também vou avançando."

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