São Paulo, segunda-feira, 1 de setembro de 1997
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Rainha Elizabeth e príncipe Charles se dizem profundamente chocados

ANDREW MARSHALL
DO "THE INDEPENDENT"

Há sempre um ritual de tristeza quando alguém com a dimensão da princesa Diana morre. Mas as reações de ontem foram mais sentidas e pessoais que o usual.
Diana era conhecida pessoalmente por muitos dos líderes mundiais.
Tony Blair, primeiro-ministro do Reino Unido disse estar "profundamente abalado".
Em um dos tributos mais comoventes, Nelson Mandela disse que ele e os sul-africanos estavam "devastados" pela notícia. "Tive a honra de encontrá-la alguns anos atrás e fiquei tremendamente impressionado", disse.
Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra britânica, disse que "com a morte trágica da princesa, apagou-se uma luz".
"Eu a considerava muito agradável, inteligente e leal a causas valiosas. Gostávamos muito dela e admirávamos seu trabalho", disse Bill Clinton.
"Eu sei que é uma hora muito difícil para milhões de pessoas do Reino Unido, que estão profundamente chocadas e aflitas. Os americanos enviam suas condolências", disse.
Clinton e sua mulher Hillary foram avisados quando estavam em uma festa. Eles se abraçaram e estavam visivelmente chocados, disse um porta-voz. Depois foram à frente da televisão com outros convidados da festa para assistir às notícias do acidente. Logo depois, deixaram a festa.
"O presidente da Rússia Boris Ieltsin está profundamente chocado com as notícias de Paris e com a trágica perda da princesa Diana", disse declaração oficial. "Ela era bem conhecida e amada pelo povo russo. Todos conhecem a grande contribuição da princesa Diana para o trabalho de caridade e não apenas no Reino Unido."
Houve uma profunda tristeza na Austrália, de republicanos e monarquistas. "Em nome do governo e da população australiana, eu quero demonstrar minha mais profunda simpatia, particularmente aos seus dois jovens filhos que sofreram o trauma de um casamento desfeito e agora perderam a mãe na idade precoce de 36 anos", disse o primeiro-ministro australiano John Howard.
A princesa fez muito para preservar sua jovem e contemporânea imagem monarquista na Austrália, um país onde o republicanismo andou a passos largos nos últimos anos. A rede de TV ABC substituiu o sua programação vespertina por uma emissão de satélite da BBC do Reino Unido, uma interrupção inédita na Austrália, mesmo quando há crises políticas internacionais.
Muitos fizeram tributo pelo seu papel humanitário. Imran Khan, um amigo próximo da princesa, disse que ela deixou um legado de serviço aos necessitados. Ela "atuou a serviço da humanidade", disse. Diana visitou o Paquistão em maio para ajudar Imran Khan e sua mulher, Jemima Goldsmith, a conseguir mais de US$ 12 milhões para um hospital de câncer.
O presidente francês Jacques Chirac disse: "Foi com tremenda emoção que eu soube da perda brutal de Lady Di. Ela era uma jovem do nosso tempo, entusiasmada, cheia de vida e de generosidade. Sua morte trágica será profundamente sentida porque ela era uma figura familiar para todos".
O chanceler alemão Helmut Kohl considerou Diana "vítima da mais brutal e inescrupulosa competição de parte da mídia. Esse terrível acidente e sua morte deveria finalmente dar à mídia uma razão para ela refletir". Na Suécia, a porta-voz da casa real, Elisabeth Tarras-Wallberg, disse: "Quando você leva alguém à morte para fazer dinheiro com fotografias, as coisas foram muito longe". O ministro do exterior dinamarquês, Niels Helveg Petersen, também criticou a mídia. "O fundo do poço deve ter sido alcançado para aquilo que os jornalistas podem fazer."

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