São Paulo, segunda-feira, 1 de setembro de 1997 |
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Invasões crescem 53% na bacia de Guarapiranga
FABIO SCHIVARTCHE
Levantamento do Instituto Socioambiental (ISA) baseado em imagens de satélite dos anos de 1989 e 1996 revela que houve um crescimento de 52,62% das áreas urbanizadas (incluindo bairros já consolidados e loteamentos invadidos recentemente). A maioria das novas invasões foi em áreas que na década de 80 ainda estavam preservadas, como nos municípios de Embu, Cotia e Itapecerica da Serra (a oeste da capital) e em Juquitiba e Embu-Guaçu (ao sul da capital). A região costeira à represa, a mais afetada, foi a que menos registrou novas ocupações nos últimos anos. Hoje, o governo estadual estima que cerca de 600 mil pessoas morem irregularmente na área da bacia -que inclui as áreas onde nascem os rios que deságuam na represa. A ocupação desorganizada em Guarapiranga foi a maior responsável pela diminuição das áreas verdes na bacia durante o período -uma redução de 14,94% (veja quadro ao lado). Esse processo de ocupação da bacia agravou os problemas ambientais da represa e seus entornos. Segundo dados do governo estadual, foram registrados 218 casos de desmatamento e 80 pontos de lançamento de esgoto não-industrial na região, entre 1989 e agosto de 1996. "Os números que encontramos são alarmantes", disse o secretário-executivo do ISA, João Paulo Capobianco. "Os dados mostram que houve um crescimento de urbanização acelerado, principalmente em áreas da bacia mais distantes da represa e que estavam preservadas." Segundo ele, não há como calcular com exatidão os prejuízos causados pela urbanização desordenada à qualidade da água da represa, mas a piora é visível. O estudo comparativo revela que no município de Embu-Guaçu a água dos rios que desemboca na represa registrou o dobro da quantidade de elementos poluentes no período. Loteamentos e mineração Em Embu-Guaçu foram mais comuns as ocorrências de loteamentos clandestinos. Já na zona sul da capital os desmatamentos e os pontos de mineração lideram os índices de degradação ambiental. Para Capobianco, os dados do estudo mostram uma das soluções do problema: a prevenção das áreas ainda preservadas. "Não podemos agir apenas nas regiões onde já há loteamentos com caríssimas obras de engenharia. É preciso ações do governo para impedir que novas áreas sejam invadidas. Isso requer fiscalização mais efetiva por parte do governo", disse. Texto Anterior: 'Essa receita está dando certo' Próximo Texto: Governo diz estar agindo Índice |
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