São Paulo, segunda-feira, 1 de setembro de 1997 |
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UNE 'racha' e diretores apóiam provão
LUCIA MARTINS
A posição oficial no último provão -realizado em junho nos cursos de administração, veterinária, engenharia química, engenharia civil e odontologia- foi reprovar e aconselhar os estudantes a entregar a prova em branco. "A maioria dos estudantes é favorável ao exame. Mesmo assim, a UNE é contra. A entidade é representativa? Ou é só um partido político, um braço do PC do B (partido da maior parte da presidência da UNE)?", diz o diretor de política educacional Fernando Guimarães, que é filiado ao PSDB. Guimarães afirma que "o provão virou um monstro que não existe". Ele acha que a entidade não deveria ser contra o teste. "O argumento inicial da UNE era o fato de o provão poder ser uma tentativa de privatizar a universidade pública." E acrescenta: "Mas o que ficou provado é que os alunos das universidades públicas foram os que se saíram melhor. Então, o argumento se desmantelou". Ele afirma, no entanto, que a avaliação do ensino superior deve ser ampliado e não focar apenas nos alunos. "Tem que haver um conjunto de critérios." Guimarães diz que a UNE deveria se preocupar mais com os problemas da educação do que "fazer política". "Por causa disso, a UNE está fraca, desacreditada, não é reconhecida por uma imensidão de CAs (centros acadêmicos)." Respeito O vice-presidente da UNE para o Centro-Oeste, Luiz Felipe Pereira da Cunha (filiado ao PSB), concorda. "Pode não ser a melhor avaliação, mas o provão é uma iniciativa e merece respeito." Ele diz que a campanha contrária ao teste do MEC "é reprovável e não é propositiva". "Não adianta simplesmente se posicionar contra, tem que haver idéias." Para o diretor de escolas particulares da UNE Ricardo Alvarenga, "é melhor ter o provão a nada". "Todos concordam que o provão precisa avaliar outros setores da universidade. Mas a posição da UNE é ditatorial e partidária", diz. Vereador da cidade de Águas Lindas de Goiás, Alvarenga também critica a entidade da qual faz parte. "Fico triste porque a entidade não representa de forma direta os estudantes." Ele acredita que o primeiro passo para a UNE começar a lutar pelos reais interesses dos estudantes seria discutir menos "a política econômica brasileira e se preocupar mais com os problemas da educação do país". Texto Anterior: População já se acostumou, diz secretário Próximo Texto: 'Não existe racha', diz Cappelli Índice |
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