São Paulo, segunda-feira, 1 de setembro de 1997
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Como Kuerten, Meligeni cai nos EUA

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DE NOVA YORK

O fim-de-semana terminou com as esperanças dos brasileiros no Aberto dos Estados Unidos.
Primeiro, anteontem, foi Gustavo Kuerten quem caiu diante do sueco Jonas Bjorkman, 3 sets a 0 (6/3, 6/1 e 7/5). Depois, ontem à noite, foi Fernando Meligeni que perdeu para o também sueco Magnus Larsson, 3 a 0 (6/2, 6/4 e 6/3).
Nos dois jogos, os brasileiros deixaram a desejar.
Anteontem, contra Jonas Bjorkman, 17º no ranking da Associação de Tenistas Profissionais, o próprio Kuerten, que é o 9º, reconhecia que não teve chances. "Ele jogou bem, e não pude fazer nada."
Apenas no terceiro set, teve esperança de reverter a situação. Mas ela durou pouco. Para ser mais preciso, um game.
"No terceiro set, ele desperdiçou umas bolas, as primeiras que perdeu em toda a partida", explicou. "Então, consegui quebrar seu serviço, mas, em seguida, ele quebrou o meu. Daí, percebi que não dava mesmo."
Ontem, Meligeni, que é o 80º no ranking, nem este consolo teve.
Dominado completamente por Larsson, número 30, não conseguiu esboçar o menor poder de reação. "Em quadras rápidas, o Larsson é um cavalo."
Apesar da eliminação, como foram melhores em 97 do que em 96 em Nova York -Kuerten nem disputou o Aberto, Meligeni não passou da primeira rodada-, os dois estão na expectativa de subir no ranking nesta semana.
O futuro
Kuerten quer aproveitar o final do ano para melhorar seu rendimento em quadras sintéticas.
"Não quero ser conhecido só como um jogador de saibro. Quero me tornar um tenista completo, bom no saibro, na grama e em quadras duras."
Após ter conquistado Roland Garros, em quadras de saibro, ele foi eliminado na primeira rodada de Wimbledon, quadras de grama, e na terceira do Aberto dos EUA, onde o piso é sintético.
Os três torneios, mais o Aberto da Austrália, em janeiro, formam o Grand Slam.
No saibro, quando a bola toca no solo, tende a ganhar menos velocidade do que nas quadras de grama ou sintéticas.
Sem estar acostumado a um jogo tão veloz, Kuerten sente dificuldades no Aberto dos EUA e em Wimbledon. "Ganhei na França, e todo mundo acha que tenho de vencer sempre. Nem sempre é assim."
Apesar da eliminação em Nova York, Kuerten achou importante sua participação no Aberto. "É difícil chegar aqui e, num torneio de Grand Slam que você nunca tinha disputado, o cara se sair bem."
Para Kuerten, nos próximos anos as chances de ele conquistar o título do Aberto não são pequenas.
"Meus jogos deste ano serão importantes para o ano que vem. Volto para cá sabendo coisas novas, como jogar no piso sintético. Este ano foi apenas o começo de uma história. Quero participar de muitos outros Abertos aqui."
Em 12 de setembro, Kuerten junta-se a Meligeni, Jaime Oncins e André Sá para treinar com vistas à repescagem da Davis, de 19 a 21 próximos, contra a Nova Zelândia.
As partidas acontecem em Florianópolis (SC), cidade natal de Kuerten. Na primeira rodada pelo Grupo Mundial, em janeiro deste ano, o Brasil foi derrotado pela equipe dos EUA por 4 a 1.

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