São Paulo, segunda-feira, 1 de setembro de 1997
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Os leitores hoje falam de pataxó a Oasis. E você? Cadê a sua mensagem, textual ou visual? Vale protestar, sugerir, criticar...

Pataxó sob várias óticas
"Entendo toda essa polêmica com os garotos que queimaram o pataxó. Se olharmos pelo lado dos garotos, vamos dizer: 'Foi só uma brincadeira mal-intencionada, não queriam matar o índio...'. Pensamos que poderia acontecer com algum de nós, já que a maioria de nós age como um irracional quando em grupo.
Se olharmos pelo lado do índio, não tem nem o que comentar. Mas vamos pensar um pouco: se quatro índios colocassem fogo num garoto de classe média que estivesse dormindo, iríamos pensar do mesmo jeito?"
Marcos Zapater, 15 (São Paulo, SP, via e-mail)

FHC, vai amolecer?
"Gostaria de expressar minha revolta pelos apelos de aumento da pena dos rapazes que botaram fogo no índio pataxó.
Já vou avisando que não estou procurando briga com a comunidade indígena nem nada, mas é o seguinte: eu me deparei com a notícia no jornal 'Funcionário da Funai é morto por índios'. Agora é assim: se o 'homem branco' matar um índio é crime, mas, se os 'selvagens' matam um de nós, é defesa pessoal ou próprio deles (a reportagem dizia que esses índios eram conhecidos pela agressividade -desculpa mais esfarrapada!).
Cadê a punição para eles? Só as minorias têm o direito de protestar? Esses índios não têm o direito de matar alguém, assim como os rapazes de Brasília não tinham. Aliás, sobre os apelos da família do pataxó, queria perguntar uma coisa ao FHC: Vai amolecer com mais essa?"
Fernando Gasparotto (Jundiaí, SP, via e-mail)

Convocação
"Vida de músico é dura! Principalmente quando você é uma tecladista que quer levar a música a sério.
Posso até ser muito nova (14 anos), mas eu tenho um sonho, que espero realizá-lo antes dos 18 anos, por isso acho que comecei tarde.
Já estive em várias bandas. A primeira foi zoeira, do tipo Mamonas Assassinas. Até gravamos uma fita demo caseira, mas não deu muito certo.
Depois, foi uma banda baseada em Beatles (o meu jeito), mas deu confusão. E agora estou com uns caras que só querem saber de academia e computador. Para falar a verdade, nem nos conhecemos pessoalmente.
Bom, quero integrar ou montar uma banda que queira tocar o que gosta, e não o que os outros gostam (dance/samba). E, se der certo, seguir carreira.
Convoco todos os músicos (não importando o sexo) que curtem rock dos anos 60 aos 90. Minhas preferências são: Beatles (ou carreira solo), Bee Gees, Elton John, Elvis, Oasis, Eric Clapton e Rod Stewart.
Vamos lutar para abrir espaço para a nossa música! Se tem espaço para a música ruim, por que não para a boa?!
Espero pela sua carta. Muito rock'n'roll na cabeça!!
Muito obrigada, pessoal do Folhateen."
Juliana Naomi Kudo (São Paulo, SP)

A mídia é do Oasis
"Não consegui controlar minha revolta ao ler, no dia 18/8, aquela reportagem sobre os ridículos do Oasis. O tal do Noel diz que suas 'músicas' são as melhores da história, e o medíocre ainda se acha John Lennon, o outro diz que o mais importante na vida de seus fãs é vê-lo de perto. Mas o pior mesmo foi ver que no final do texto o repórter escreveu: 'É melhor comprar logo... Para que adiar o inevitável". Como pode um repórter escrever isso sobre uma banda que não tem nada de musical, a única coisa que esses caras têm a favor é a mídia."
Luiz Otávio, 15 (São Paulo, SP, via e-mail)

Aluno ou turista?
"Li o Folhateen de 4/8 e fiquei indignado com a Isabela Martins, 17, que disse, em reportagem sobre o vestibular: 'Quero turismo ou hotelaria. Prefiro turismo porque adoro viajar'. Faço turismo na Uniban, campus ABC (noite), até levei o jornal para todos lerem a besteira que a Isabela falou, e 'ninguém acreditou', pois o curso de turismo, apesar de ainda não ser aprovado, é totalmente voltado para a profissionalização. Ninguém desse curso 'vive' de viagens. Gostaria que registrassem meu descontentamento com o que as pessoas pensam sobre o curso."
Daniel H. Martello (S. Bernardo do Campo, SP)

Orrrrgulho do interiorrrr
"Como bom interiorano, também não gostei dos 'infelizes' dizeres da bela (edição de 18/8), mas não muito 'esperrrta' Juliana Nepomuceno. Fiquei realmente satisfeito em perrrceber a reação da galera do interiorrrr, que de lentos não têm nada.
Arrepiei com o depoimento da moçada. O orgulho de serrrr do interiorrrr aumenta a cada dia.
Valeu pessoal, continuem assim."
Eduardo Jacomassi (São Carlos, SP, via e-mail)

Trekker x trekker
"Faço minhas as palavras do sr. Alexandre Govastki, sobre a carta de um tal Fernando Mafra. Um tal que cospe na imagem que diz ter. Eu mesmo só não tenho meu próprio uniforme por pura falta de grana. Tenho mais de dez episódios de 'Star Trek' gravados e não é por isso que fico assistindo-os até a fita gastar. É só um passatempo.
O trekker é uma pessoa normal e alguém sempre ligado em ciências e no mundo que o cerca, não uma ilha soberba.
Se um fã de Bob Marley faz um rastafari no cabelo, um roqueiro o deixa crescer e adota um visual dark para ir aos shows, por que nós não podemos vestir um uniforme para ir a uma convenção? Certo está o sr. Govastki: você de trekker não tem nada, sr. Mafra, e sua opinião nos parece irrelevante. Suas palavras foram ilógicas e infundadas."
João Paulo Sousa da Silva, 16, sócio da "Frota Estelar-Brasil" (São Paulo, SP)

O melhor show da vida!
"Em 20/8, fomos eu, meu irmão e um amigo ao show do Emerson, Lake & Palmer no Olympia (SP), e posso garantir, sem correr o risco de estar exagerando, que foi o melhor show que já assisti em toda a minha vida!!
Keith Emerson provou (como em outras vezes) que a mistura rock e música clássica dá certo, sim!
A acústica estava perfeita, a iluminação, idem, e o palco do Olympia parecia pequeno para aquelas três feras que pareciam recém-saídas de suas jaulas e com fúria total queriam destruir tudo -e conseguiram-, com direito a golpes de sabre no teclado e um arrasador solo de bateria que há muito tempo eu não ouvia.
Talvez o mais comedido fosse Greg Lake, perto dos outros dois virtuoses, mas todos realmente estavam num dia excepcional. Com direito a dois bis: o primeiro com Ballad for Common Men', seguida pelo referido solo de bateria, e o segundo (o mais estarrecedor): 'Twenty Century Schizoyd Man' -isso mesmo, aquele clássico do King Crimson!!
Tirando duas músicas, que eram do disco 'Emerson, Lake e Powell', todas as outras eram antigos sucessos, o que garantiu ainda mais a beleza do espetáculo, pois todo o público conhecia as músicas.
Rodrigo de Almeida Mantovani (via e-mail)

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