São Paulo, segunda-feira, 1 de setembro de 1997 |
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Bagdá deste século só é aberta a poucos
FRED MADERSBACHER
Estão restauradas as 12 pontes do rio Tigre e a torre de televisão, de 54 m de altura, no parque Zawra. Agora, refeita, é mais alta ainda. A moderna Bagdá, com edifícios, parques, largas avenidas arborizadas e bairros antigos, tem cerca de 4,5 milhões de habitantes. O rio Tigre atravessa a cidade, e pequenos restaurantes na sua margem servem um delicioso churrasco de carpas. s monumentos vetustos e novos -como as mais de cem mesquitas- estão bem conservados. O povo nas ruas parece contente -e não vi nenhum mendigo ou ladrão. As finas lojas estão quase sem mercadorias. Os bazares de alimentos e artigos domésticos estão bem movimentados, mas não há compradores para artesanato, e os ourives estão sem clientes -não há turistas. Não há jornais, revistas, livros estrangeiros ou mapas. Fechado para reformas Visitar o Iraque hoje é entrar num país quase fechado ao mundo ocidental. Só concedem vistos a certos grupos -no meu caso, um de estudos arqueológicos. O país sofre o embargo imposto após a guerra, que chega a vetar qualquer trânsito aéreo, forçando o visitante a longas viagens nas (excelentes) rodovias. No Iraque, a história recente é interpretada assim: o país sofreu terríveis perdas na Guerra do Golfo, mas saiu vitorioso, pois Saddam Hussein continua no poder. Observadores especializados afirmam jocosamente que o segundo maior pesadelo dos políticos envolvidos é ter Saddam no poder. O maior pesadelo seria vê-lo deposto. Trata-se de petróleo. O Iraque tem a segunda maior reserva do mundo: 112 milhões de barris. Os rivais do Golfo Pérsico distribuíram entre si a cota iraquiana de exportação. O embargo quase paralisa o país. França e Rússia são contra: têm direitos de exploração de três das maiores jazidas. Hoje, só a Jordânia recebe legalmente petróleo iraquiano. Informações sobre viagens no Iraque: Al Shams Travel and Tourism Co. Ltd., Saduon Street, Bagdá, Iraque, tel. local 7171192-3, fax: 8850071 Texto Anterior: Requerer visto é um calvário Próximo Texto: Arte da região está na Europa Índice |
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