São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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Tribunal argentino espera hoje a defesa de Maradona

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O meia Diego Maradona deverá se apresentar hoje ao tribunal de disciplina da Associação de Futebol Argentino (AFA) para explicar o resultado positivo de seu exame antidoping, feito no domingo retrasado após a partida entre Boca Juniors e Argentinos Juniors pelo Campeonato Argentino.
Pela terceira vez um antidoping do jogador acusou a presença de substâncias proibidas. Está marcada para esta quarta-feira a contraprova do exame do craque.
Se for confirmado o resultado positivo do teste, Maradona poderá ser suspenso do futebol por até cinco anos. A pena mínima, nesse caso, seria um ano.
Os torcedores do Boca Juniors fizeram manifestações favoráveis ao atleta na partida de sábado, contra o Platense, pelo Campeonato Argentino. O time mais popular do país apenas empatou em 2 a 2.
O empresário de Maradona, Guillermo Cóppola, questionou o resultado positivo do exame antidoping de Maradona, o terceiro na carreira do jogador.
"Diego me jurou que não consumiu cocaína e nenhuma outra substância proibida. Começo a suspeitar do exame. Deve haver algum erro", disse o empresário.
Durante o seu pronunciamento no tribunal, Maradona, que nega veementemente ter ingerido qualquer coisa, vai colocar em xeque a confiabilidade do antidoping.
Ontem à noite, Maradona disse, em um programa da televisão argentina, que está "destruído e sem ganas de lutar".
"Tenho muita vontade de chorar. Muitos querem me dar um revólver para eu me matar", disse.
Guillermo Cóppola, além de pôr em dúvida o controle antidopagem feito na Argentina, afirmou ontem que o meia argentino é assediado e perseguido por jornalistas como a princesa Diana.
"Diego sentiu a morte de lady Di, que também era perseguida pelos jornalistas", disse Cóppola.
Quando foi sorteado para o exame antidoping no domingo retrasado, Maradona reclamou ser perseguido. "Sempre escolhem o 10 (número da camisa do jogador)."
Quando soube do resultado positivo de seu exame antidoping, Maradona se refugiou na casa de um amigo. Agora permanece em sua residência.
Dezenas de jornalistas permanecem à frente do edifício onde vive a família de Maradona, no bairro de Devoto, em Buenos Aires, à espera de fotos ou declarações do atleta.
Cóppola disse que o jogador "vai sair do edifício e dar a cara quando achar conveniente". O empresário pediu ainda sossego aos jornalistas. "Acho que deveríamos deixá-lo só."
Maradona ainda responde por agressão a jornalistas, pois, em fevereiro de 94, atirou com um rifle de ar comprimido em profissionais da imprensa que montavam guarda em frente à sua casa, no bairro de Moreno, também na capital argentina.
Seis jornalistas ficaram feridos no incidente. No próximo dia 17 de setembro acontece o julgamento sobre o caso. Maradona pode ir para a cadeia.

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