São Paulo, quarta-feira, 3 de setembro de 1997
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O privado que é público

JANIO DE FREITAS
DE RUIM A PIOR

A mudança de chefia da Polícia Civil fluminense, havida anteontem, ajuda a compreender uma das causas fundamentais do desastre policial brasileiro.
Entre outros feitos muito positivos, o delegado Hélio Luz fez, na chefia, um plano de reestruturação da polícia, considerando-o indispensável para prosseguir no trabalho mais geral que já fizera. Em julho, Marcello Alencar comprometeu-se a adotar o plano até 1º de agosto. Em 31 de agosto, Luz divulgou que adotaria a braçadeira de luto do protesto de policiais, se o plano não fosse, enfim, levado adiante pelo governador.
Marcello Alencar acordou, mas para demitir Luz. E em seguida cedeu à pressão e mandou o plano ao exame da Assembléia Legislativa. Ou seja, interrompeu um trabalho eficiente, na polícia, por não se dar, ele próprio, a um trabalho em tempo hábil. E cuja falta já era motivo de enorme indignação na polícia.
Isso mesmo tem acontecido por aí afora, exceto apenas em São Paulo. No aspecto policial, é impossível saber se pior é a polícia ou o respectivo governador.

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