São Paulo, quarta-feira, 3 de setembro de 1997
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Advogado contradiz a versão de seu ex-sócio

Oscar Niemeyer reafirma que não dirigiu a Rineos S/A

IGOR GIELOW
DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Oscar Martin Renaux Niemeyer depôs ontem no Ministério Público sobre a conexão uruguaia do Frangogate. Ele reafirmou que nunca foi presidente da Inversora Rineos S/a, empresa uruguaia de fachada que investiu US$ 7 milhões na A D'Oro -fornecedora de frangos à Prefeitura de São Paulo de agosto de 96 a fevereiro de 97. Apresentou ao promotor Alexandre de Moraes ata datada de 91 mostrando que ele passou o cargo ao advogado André de Vivo, então seu sócio no escritório De Vivo e Niemeyer.
"A ata é interna da Rineos", afirmou Moraes. Não existe registro, no Uruguai, dessa mudança na composição acionária da empresa.
Isso contradiz André de Vivo, que em seu depoimento na semana passada disse que não lembrava ter sido presidente da Rineos.
Niemeyer também negou ter qualquer responsabilidade sobre as relações entre a Rineos e a A D'Oro. Afirmou que apenas aceitou ser o presidente na formação da empresa uruguaia porque confiava em André de Vivo e que isso era procedimento comum no escritório que dividiam. Ele saiu da sociedade em março de 1991.
O advogado usou o mesmo argumento para dizer que não conhecia os Lutfalla -família da mulher de Paulo Maluf, Sylvia- quando assinou o "visto" do processo de fundação da A D'Oro.
O Ministério Público apura as ligações entre a A D'Oro, a prefeitura e a Obelisco, granja de Sylvia que vendeu frangos vivos para a empresa do cunhado de Maluf na época em que esta fornecia coxas e sobrecoxas à Secretaria Municipal do Abastecimento.

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