São Paulo, quarta-feira, 3 de setembro de 1997
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75% querem controle de programas de TV

FABIANA MELLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pesquisas encomendadas pelo Ministério da Justiça revelam que a maioria da população brasileira quer um controle externo sobre a programação da TV.
Apesar de 57% dos entrevistados pelo Ibope e pelo Instituto Retrato afirmarem que estão pouco ou nada preocupados com os efeitos da TV na formação dos filhos, 75% são a favor da criação de um órgão que controle os programas.
As novelas e os filmes são os grandes "vilões" da programação (52% entre classes A, B e C e 51% entre classes D e E).
Na avaliação dos pais, novelas e filmes são os programas que "mais mostram cenas ou tratam de assuntos inadequados para crianças e adolescentes". Entre as cenas de maior constrangimento estão as de sexo explícito (71%) e estupro (58%).
Os resultados das duas pesquisas são semelhantes e apontam que, dos entrevistados favoráveis ao controle externo, 64% defendem a classificação da programação pela faixa etária e o horário de exibição. A censura e cortes prévios foram defendidos por 32%.
Órgão misto
O Ibope realizou pesquisas quantitativas (questionários) e o Instituto Retrato, qualitativas (grupos de discussões). Os resultados foram debatidos ontem numa reunião com representantes da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).
Consumismo
A maior preocupação dos pais, de acordo com as pesquisas, é o incentivo ao consumismo transmitido pela TV. Eles temem que isso possa estimular uma distorção dos valores éticos e morais ensinados pelas famílias.
A pesquisa qualitativa mostra que 57% dos pais tentam controlar os programas assistidos pelos filhos. Mas a pesquisa revela que os jovens sabem quais as formas de controle e como burlá-las. Alguns fingem dormir ou esperam os pais dormirem para ver os programas proibidos.
Na avaliação geral, a maioria dos pais acha que a TV atrapalha mais do que ajuda na formação dos jovens. O maior dos prejuízos causados pela TV, para 42% dos pais, é o afastamento dos livros e a redução do horário dos estudos.
Os pesquisados pelo Ibope eram maiores de 30 anos, residentes em casas com TV e com pelo menos uma criança com idade entre 8 e 17 anos. Foram feitas 2.000 entrevistas em todo o país.

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