São Paulo, quarta-feira, 3 de setembro de 1997 |
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Alca pode não sair do papel, diz Lampreia Ministro elogia o Mercosul LUCAS FIGUEIREDO
"É possível que a Alca não se concretize, que venha a não se realizar", afirmou o ministro em audiência na comissão especial da Câmara que discute o tema. Lampreia listou três motivos que podem inviabilizar a criação da Alca: a "falta de acordo" entre governos, a "falta de disposição" interna dos EUA e a possível concretização de tratados comerciais mais amplos na OMC (Organização Mundial do Comércio). "Essas possibilidades são reais", afirmou. Segundo o ministro, "a Alca só será realizada se forem dadas condições de equilíbrio" no comércio entre os países. O ministro disse que a nova rodada de negociações dos países-membros da OMC, no ano 2000, pode inviabilizar a área de livre comércio das Américas, caso venham a estipular normas comerciais ainda mais abrangentes que as da Alca. "Se prosperar essa idéia (de se discutir no ano 2000 uma legislação comercial mais abrangente), é difícil imaginar como se podem levar duas negociações ao mesmo tempo, a da chamada 'rodada do milênio', na OMC, e outra, como a da Alca", afirmou Lampreia. A criação da Alca foi acertada em dezembro de 94, em uma reunião de presidentes nos EUA. O governo dos EUA vem pressionando pela aceleração das negociações da Alca, tanto em relação a seus parceiros quanto ao próprio Congresso norte-americano. Entende que a Alca deve ter prioridade em relação ao Mercosul, com o que não concorda o Brasil. "A Alca, se for malconduzida, pode gerar um quadro perigoso para a nossa economia", disse ele, elogiando o Mercosul em seguida. Lampreia disse também que o governo não irá aceitar as barreiras impostas pelos EUA ao aço brasileiro. "Nossa paciência vai chegando ao limite", afirmou. Lampreia disse que o Brasil irá tentar chegar a um acordo com os EUA nos próximos dias 17 e 18. "Se não obtivermos o acordo, vamos pelos caminhos formais." Isso significa, disse, entrar com um processo contra os EUA junto à OMC. Texto Anterior: PIB vai crescer 4% este ano, prevê nova sondagem da FGV Próximo Texto: Restituição vem com acréscimo de 7,38% Índice |
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