São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997
Texto Anterior | Índice

Relatório sobre o Vetor envolve Pitta

Liquidante do banco elaborou texto

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O liquidante do banco e da corretora Vetor, Celso Possas, 56, disse que seu relatório sobre as atividades das instituições fornece ao Ministério Público "elementos de convicção" para "fechar o círculo" em torno do Vetor e dos envolvidos no caso dos precatórios.
No relatório, o liquidante das instituições relaciona o prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PPB), com a atuação do Vetor nos episódios de comercialização de títulos do Tesouro Municipal de São Paulo.
Pitta poderia ser enquadrado penalmente sob acusação de crimes de "improbidade administrativa" e "condescendência criminosa".
Na época do episódio da venda de títulos e emissões de papéis pelos Estados de Santa Catarina, Pernambuco e Alagoas supostamente para pagamento de precatórios (dívidas judiciais), Pitta era secretário de Finanças de São Paulo.
Quatro funcionários da secretaria -o ex-coordenador da Dívida Pública Wagner Ramos e mais Pedro Neiva Filho, Maria Helena Cella e Nivaldo de Almeida- eram, para Possas, também empregados da Vetor e funcionavam como um núcleo técnico das negociações.
Para o liquidante, Pitta tinha conhecimento desses fatos. No seu relatório, ele cita também o pagamento pelo Vetor do aluguel de um veículo Tempra feito pela mulher do prefeito, Nicéa Pitta.
Para Possas, o relatório da CPI dos Precatórios, já concluído, mais o seu trabalho e um levantamento que está sendo feito pelo Banco Central vão fornecer elementos para que "pela primeira vez a população tenha resposta para suas expectativas".
Outro lado
A Folha não conseguiu localizar Pitta ontem após ter acesso às informações do relatório. O prefeito, em seu depoimento à CPI, negou ter conhecimento de qualquer irregularidade envolvendo a emissão de títulos públicos.
O ex-dono do Vetor, Fábio Nahoum, nomeou o advogado Felipe Amodeo e outros três para interpelar judicialmente Celso Possas e também para entrar com "queixa-crime" e "notícia-crime" contra ele por causa do seu relatório.

Texto Anterior: Governo nega ter criticado a CNBB
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.