São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997
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6,5 mi podem ficar sem aula hoje e amanhã

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 235 mil professores da rede estadual prometem paralisar as quase 7.000 escolas de todo o Estado hoje e amanhã. Mais de 6,5 milhões de alunos podem ficar sem aulas.
A paralisação será um protesto para reivindicar principalmente o aumento do salário-base da categoria, que há dois anos não tem reajuste, segundo a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
Uma assembléia da Apeoesp decidiu pela paralisação há cerca de 15 dias. O salário atual de um professor em início de carreira são dois mínimos (R$ 240). A categoria quer um reajuste de dois para cinco mínimos -R$ 600.
A secretária de Estado da Educação, Rose Neubauer, já havia anunciado anteontem um abono à categoria, que varia de R$ 30 a R$ 120, a partir do dia 1º de outubro.
Os professores de 1ª a 4ª séries receberão R$ 60, os de 5ª a 8ª, R$ 90, e os diretores e supervisores, R$ 120 -independente do tempo de profissão. No entanto, professores não aprovaram somente esse abono, o que não impedirá que a paralisação de hoje seja realizada, segundo a Apeoesp.
Entre as reivindicações, a categoria pede também reposição das perdas salariais, incorporação de todas as gratificações ao salário-base e concurso público para todos os professores.
Hoje, a paralisação acontecerá em cada uma das 89 subsedes do sindicato espalhadas por todo o Estado. Professores estarão reunidos em assembléias, para decidir se a paralisação continuará.
Amanhã, a categoria realizará a assembléia estadual do magistério em frente ao Masp, na avenida Paulista, de onde sairá uma passeata até a praça da República.
No local professores, funcionários das escolas e representantes da sociedade estarão participando de um ato público da educação.
Representantes da Apeoesp e da Afuse (Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação) se reuniram ontem à tarde com a secretária Rose Neubauer para conversar sobre o abono dado e também para revisar o plano de carreiras.
Conforme a Apeoesp, a secretaria não aceitou transformar o abono em reajuste do salário-base. Às 19h30, quando terminou a reunião, não havia mais ninguém na secretaria da educação para comentar sobre o encontro.
Quanto ao plano de carreiras, afirma a Apeoesp, será discutido durante este mês um projeto sobre o assunto.

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